Esta terça-feira, 16 de junho, foi um dia histórico para a produção de milho no Brasil. Pela primeira vez, o Projeto Mais Milho acompanhou as máquinas em campo na 1ª Abertura Nacional da Colheita do Milho, diretamente da Fazenda Águas de Chapecó, dos irmãos Caneppele, em Nova Mutum, em um evento multiplataforma, conectando pessoas em vários pontos do Brasil.
Devido à pandemia de Covid-19, o evento, comandado pela apresentadora Kellen Severo e por Glauber Silveira, foi realizado com autorização da prefeitura do município de Nova Mutum e dentro das normas estabelecidas para o controle do novo coronavírus.
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Especialistas na produção de milho debateram os assuntos mais relevantes da cadeia produtiva. Convidamos representantes do mercado, indústria, setor de rações, etanol de milho, pesquisas e clima.
Começamos o evento falando com os nosso anfitriões, a família Caneppele, que veio de Santa Catarina ainda nos anos 1970 e agora já está na terceira geração, como de Daniel Caneppelle, que falou da produção neste ano em Nova Mutum. “A gente acha que vai ter em torno de 130 sacas por hectare, mas essa lavoura tem potencial para até 160 sacas. Mas, como no final, o investimento foi um pouco menor e faltou um pouco de chuva, a média ficará em 130”, disse.
Para Gilberto Caneppelle, apesar de ser exemplo para o mundo todo, o agro brasileiro tem muito o que crescer ainda. “Me arrisco a dizer que, no futuro mais próximo, teremos um produção mais alta por causa da tecnologia”, contou.
Evento inédito
Para dar as boas vindas aos convidados e iniciar oficialmente o evento de transmissão da 1ª Abertura Nacional da Colheita do Milho, o presidente do Canal Rural, Júlio Cargnino, falou da importância deste evento ser realizado justamente neste momento em que o Brasil vive uma crise e precisa de esperança.
“Hoje é pois é um evento inédito no milho. Estamos acostumados a ver há 9 anos a colheita da soja, mas no milho é inédito. E nesse cenário complicado que vivemos, com a pandemia, e é muito importante a gente realizar esse evento, que significa dois compromissos fundamentais do canal rural e dos nossos parceiros. O primeiro é levar a informação para o produtor rural, levar reflexão sobre a safra que passou e sobre o mercado. Não temos o evento presencial físico, com centenas de produtores reunidos, mas estamos na fazenda e no campo”.
O segundo motivo, segundo ele, é celebrar. “Nós precisamos celebrar muito, nesse ambiente tão complicado e o agronegócio brasileiro dando exemplo para o mundo e ajudando o Brasil a se manter em pé. Então, esse evento com essa ação em campo, segura, com todos tomando os cuidados sanitários necessários, e temos que celebrar. É um momento de celebração”, disse.
Veja a entrevista do presidente do Canal Rural, Julio Cargnino:
O agro não para!
Diretamente de Brasília, participaram deste evento histórico a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira.
A ministra, sempre presente nos eventos do Canal Rural, parabenizou a iniciativa das instituições e falou sobre a importância do evento para fortalecer a imagem do agronegócio brasileiro. “É um prazer poder falar com vocês nesse início de colheita da safrinha. Quero parabenizar a iniciativa do Canal Rural, Abramilho, Aprosmat e Aprosoja Mato Grosso para dizer que isso só reforça a imagem que o Brasil tem de uma agricultura sustentável e que não para, com um agro que produz para o seu país e para o mundo. Parabéns pela iniciativa e que Deus abençoe todos vocês”, disse
Já Alceu Moreira ressaltou o crescimento da cultura do milho nos últimos anos. “Se há algum motivo para festejar no Brasil, certamente é o agro. Nada como a matriz do milho para poder festejar, pois esta matriz produtiva já tem material genético e capacidade produtiva para dobrar a produção em menos de duas décadas. Nós já somos campeões mundiais em produção de soja e poderemos ser também na produção de milho”, disse.
Segundo ele, para isso é preciso “planejamento, garantia e segurança jurídica para que o produtor possa se organizar e ampliar a produção”.
“Temos motivos para festejar, pois estamos prontos, com os pés no acelerador e dedo no gatilho para sermos campeões mundiais na a produção de milho e mostrar para o mundo o que o Brasil é capaz de fazer a partir do milho”, completou.
Outro que mandou um recado para os produtores foi o deputado federal Neri Geller, falando dos benefícios da agropecuária para o país. “A produção de milho é uma atividade muito econômica para o agro, e principalmente para nossos produtores do Centro-Oeste, que fazem dessa cultura uma locomotiva econômica e, ao mesmo tempo, garantem a sustentabilidade por meio da rotação entre soja, milho e algodão. Todo esse arranjo produtivo que é extremamente benéfico para toda a sociedade brasileira”, disse.
Veja a participação de Tereza Cristina, Alceu Moreira e Neri Geller:
O presidente da Embrapa, Celso Moretti, também participou por meio de um vídeo enviado pela internet. Em seu recado, ele ressaltou a importância do milho na agricultura mundial, passando de 1 bilhão de toneladas e do recorde na safra brasileira.
“A Embrapa tem muito orgulho de participar dessa história de sucesso. Várias unidades da Embrapa trabalham com essa cadeia, principalmente a Embrapa Milho e Sorgo, tendo contribuído desde a tecnologia de sementes até a pós colheita. Recentemente disponibilizamos o BiomaPHOS, que tornou o fósforo do solo mais disponível para as plantas e com isso a gente deseja reduzir custos , aumentar a produtividade e competitividade dos produtores de milho”, disse.
Nova Mutum, a cidade escolhida
A cidade escolhida para este grande evento foi Nova Mutum. Até o momento, os produtores colheram em torno de 10% da safrinha de milho na região. Nas primeiras áreas, o rendimento médio está próximo de 125 sacas do grão por hectare, porém, o número final deve ficar abaixo do registrado na temporada passada, de 110 sacas do cereal por hectare, já que algumas regiões registraram baixa pluviosidade na instalação das lavouras e no mês de março.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Emerson Zancanaro, a realidade da cidade tem mudado nos últimos anos principalmente por causa da cultura do milho. “Está sendo instalado em Nova Mutum uma fábrica para a produção de etanol. A comunidade e a população do entorno estão muito felizes porque essa instalação será um impulso muito grande para a nossa economia. Isso deixa os produtores muito satisfeitos, somente o anúncio da fábrica já viabilizou as nossas lavouras de milho”, disse.
De acordo com Naildo Lopes, conselheiro fiscal da Aprosoja Mato Grosso, a região foi bastante privilegiada nesta safra. “Tivemos alguns veranicos em alguns pontos, mas não afetou mais do que 3 mil hectares. Vamos ter uma boa produtividade e a tendência é produzir de 5 a 10 sacos a mais por hectare, o que é muito bom, pois o milho safrinha virou uma nova realidade e é o que nos ajuda muito dentro da fazenda principalmente para viabilizar o custo de produção com máquinas e equipamentos”, disse.
Veja as entrevistas de Zancanaro e Naildo Lopes:
Leandro Félix, o vice-prefeito de Nova Mutum, falou da satisfação de sediar a abertura da colheita em sua cidade e como o milho vem fortalecendo a região. “Em 2017 fizemos um fórum pró-ferrovia, e a ferrovia está chegando aqui de Rondonópolis. A instalação de um terminal rodoferroviário é muito importante, pois são grandes investimentos que estão dando segurança para o produtor que até há poucos anos dependia de um programa de escoamento do governo, para poder auxiliar com prêmio para o produtor plantar. Hoje ele tem essa segurança para plantar e vender a safra”.
Parceiros do Mais Milho
O Projeto Mais Milho só é possível por causa da participação ativa de seus parceiros. Empresas e instituições ligadas diretamente ao agronegócio e que ajudam a agropecuária brasileira ano após ano a conseguir um lugar de destaque no cenário mundial.
Nesta temporada, o Mais Milho tem a realização do Canal Rural, Abramilho, Aprosmat e Aprosoja Mato Grosso. Os patrocinadores são a Amarok, Indutar e Ihara. O projeto tem apoio da Dekalb, da Bayer, e apoio institucional da CropLife Brasil.
Alguns desses parceiros enviaram recados para os produtores rurais e reafirmaram o compromisso para fortalecer o setor produtivo nacional.
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Abramilho
Sérgio Bertozzo, presidente da Abramilho, gravou um vídeo especial para o evento. “É com muita satisfação que a gente vem mais uma vez para o programa mais milho, uma parceria da Abramilho com o Canal Rural, sempre em defesa do produtor. Infelizmente não poderei estar em Nova Mutum, mas desejo um excelente trabalho, uma discussão muito boa no sentido de que daqui pra frente a gente seja protagonista, tanto Brasil como produtor de milho, tanto no abastecimento local e mundial”.
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Indutar
Quando as máquinas entram em campo, a Indutar está presente, como explica o gerente comercial da marca, Paulo Schwaab. “Nós somos um empresa sediada no Rio Grande do Sul e começamos o projeto de máquinas prontas com o Katrina, que é hoje considerado o maior rolo faca do mundo. Aqui em Nova Mutum também estamos com o Magna, que é um projeto inovador com um novo conceito de colher. Máquina com menos peso, mais leve, mais ágil e que entrega ao produtor uma excelente qualidade do corte”, disse.
Sobre o carro-chefe da empresa, o Katrina, Schawaab falou da importância dele na cultura do milho. “Acho essencial, pois cada vez mais as janelas são mais pequenas e o Katrina é muito importante, pois no momento de colocar o plantio a prova, ele vai ter um funcionamento melhor da plantadeira”, finalizou.
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Ihara
Outro parceiro do projeto é a Ihara, que há três temporadas contribui para as discussões em torno da cadeia do milho por meio do Mais Milho. “Quero cumprimentar o Canal Rural por essa iniciativa de levar conhecimento e informação aos produtores. Nós da Ihara estamos há 55 anos trabalhando para contribuir para a competitividade da agricultura brasileira e, nesse sentido, nós procuramos levar conhecimento através de nossas pessoas, produtos e tecnologias que são gerados pelos nossos acionistas e fornecedores no Japão para atender nossa a demanda para que nossa agricultura seja de fato mais competitiva. Para isso, temos um portfólio com mais de 60 produtos e que atende às principais demandas da cultura do milho”, disse o presidente da empresa, José Gonçalves.
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Bayer
Alexandre Chaves, da Bayer, falou sobre o momento desafiador que o Brasil vive e que, mesmo assim, resultou na maior safra de milho da história.
“No nosso entender, isso se deve a dois fatores: a coragem do agricultor em investir e procurar produzir cada vez mais e o incansável trabalho de muita gente em pesquisa e desenvolvimento, buscando trazer o que há de melhor em tecnologia para o campo. Nós da Bayer temos orgulho em fazer parte dessa história, oferecendo o que há de melhor em tecnologias de semente e proteção de cultivos para o milho. Também ficamos muito felizes em apoiar o projeto mais milho por meio da marca Dekalb. Em nome da Bayer, o nosso parabéns ao agricultor brasileiro e continue contando com a nossa parceria em patamares cada vez maiores de produtividade”, falou.
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Netword Agro
E estreando na parceria com o projeto Mais Milho, a Netword Agro foi representada por Marcos Ferronato, que falou da importância do planejamento para uma lavoura mais eficiente e saudável.
“Durante a safra são enfrentadas pelos agricultores problemas com pragas, doenças e plantas daninhas que prejudicam a produtividade e aumentam os custos, além dos problemas com incertezas climáticas que podem prejudicar muito a produção. Nós da Netword Agro viemos entregar aos agricultores uma tecnologia de monitoramento de solos e lavouras preditiva, ou seja, nós identificamos os agentes causadores de danos antes do dano. Dessa maneira, nós entregamos uma redução de custo de 20 a 40% e também entregamos um aumento de produtividade entre 5% e 15%.”, disse.
Marcos diz que a empresa trabalha com tecnologia 100% nacional. “Com ela (tecnologia) geramos impacto positivo na rentabilidade dos agricultores e diminuímos o impacto ambiental com a aplicação de defensivos somente nos pontos de incidência.”
Mato Grosso, grande produtor de milho do Brasil
As instituições produtivas de Mato Grosso, palco deste grande evento, também deram seus recados. O vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso, Fernando Cadore, falou de como o milho vem se aproximando da soja no quesito importância.
“O milho é muito importante em Mato Grosso, pois com ele se consegue diluir o parque de máquinas, funcionários e custos quando pensamos em uma parceria com a cultura da soja. Neste ano, esperamos que se cubram os custos e dê um pouco de rentabilidade aos produtores”, falou.
O presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Gutemberg Silveira, lembrou dos 40 anos da instituição, comemorados na última semana, e da relevância do estado na produção de milho.
“O milho é muito importante para o agro nacional, principalmente em Mato Grosso, ainda mais agora com o etanol de milho. Gostaria de falar dos 40 anos da Aprosmat, uma data muito importante para nós e que veio nesse ano, com essa pandemia, com essa situação diferente, da gente no meio da lavoura, tendo que usar máscaras, mas tem que se cuidar mesmo. A gente tem visto a evolução da produção de milho em Mato Grosso, com 32 milhões de toneladas, quase 30% da produção nacional”.
Veja a entrevista de Fernando Cadore e Gutemberg Silveira:
Para o coordenador da Aprosoja Mato Grosso, Paulo Zen, a tendência é de aumento da produção no estado, já que o campo está correspondendo com as necessidades da indústria.
Opinião semelhante à do diretor administrativo da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Beber. “O produtor está sabendo plantar melhor a cada ano. Com a chegada da agroindústria na região, há uma concorrência maior com o milho que é exportado, onde se paga muito de frete. O produtor tem feito o trabalho dele, que é caprichar, cuidar, e alimentar o brasil e o mundo”.
Veja as entrevistas de Paulo Zen e Lucas Beber:
1º Painel: Mercado e perspectiva de renda
O primeiro painel comandado pela jornalista Kellen Severo, de São Paulo, reuniu seis especialistas em vários pontos do Brasil para falar sobre a expectativa de mercado para a safrinha do milho e outros assuntos.
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Paulo Molinari, analista da consultoria Safras & Mercado
O primeiro a falar foi Paulo Molinari, analista da consultoria Safras & Mercado. Segundo ele, a safrinha deste ano será “quase perfeita”.
“São mais de 70 milhões de toneladas que serão colhidas nos próximos 90 dias. Naturalmente, isso traz uma pressão no mercado interno, que se enquadra nos preços de exportação, e para isso temos que olhar agora a questão cambial, a questão dos preços na bolsa de Chicago, porque agora quem manda é o exportador e isso vai ditar os preços”, disse.
Molinari ainda lembrou que EUA também devem ter um recorde de produção, o que pode influenciar nos preços internacionais.
Ao todo, cerca de 40% da safrinha já foi comercializada e algum volume da safra futura, 2021, também já está negociada. “Os produtores vão antecipando a compra de insumos, acreditando em uma alta dos fertilizantes, isso vai viabilizando o barter e a exportação de 2021. O mais importante é que Mato Grosso e Goiás estão bem vendidos na safra 2020, mas São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná precisam acelerar um pouco mais daqui pra frente.
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Arene Trevisan, diretor-executivo de commodities da Seara
Para dar um panorama do ponto de vista da cadeia de proteínas, conversamos com Arene Trevisan, diretor-executivo de commodities da Seara. Segundo ele, o setor tem antecipado também as compras do milho, garantindo previsibilidade ao produtor.
“Os produtores estão com tecnologia, procurando produtividade, cuidar do meio ambiente, e isso é algo muito importante que se diga desse setor, que tem sido bastante criticado e tem feito bastante a sua parte. Do ponto de vista do setor de proteínas, o que tenho visto é que tem evoluído, se antecipado nas compras, tanto que o mercado interno vem se posicionando muito bem nessa quantidade da safra que já foi vendida”, disse.
“Até 2005 o setor sofria de um problema, a gente não sabia se conseguia crescer a produção,pois em um ano faltava milho e no outro faltava migalhas. De 2005 pra cá não faltou mais milho”, completou.
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André Nassar, presidente da Abiove
André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), falou sobre a importância da segunda safra de milho na produção brasileira. “Ninguém tem um volume de produção de grãos tão grande em uma safra que é considerada praticamente uma safra de verão ainda. Parabéns aos produtores e a todos da cadeia, pois todos estão conectados: indústria, insumos e produtores”, disse.
Para ele, a safra atual deve manter o mesmo patamar positivo de exportação do ano anterior. “Vivemos um cenário muito positivo e, parte da respostas do produtor, ao meu ver,
está relacionado aos risco que nós tradings tomamos junto com eles. No momento que a gente fomenta a produção, fazendo as compras antecipadas, o financiamento do produtor, a gente vai estimulando o aumento da produção e reduzindo os riscos de mercado. A gente vai dando cada vez mais participação do preço internacional na formação do preço aqui, que gera previsibilidade com para todo mundo”, falou.
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Guilherme Nolasco, presidente da Unem
Uma das grandes apostas do momento para o setor do milho é a indústria de etanol. Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), garantiu que, mesmo com impacto pela falta de consumo durante a crise do novo coronavírus, os investimentos no setor vão continuar e os resultados vão aparecer. “O etanol de milho vem transformando cidades e regiões. É a verticalização da produção primária, trazendo empregos e riqueza com uma fonte de energia limpa. O milho tem essa versatilidade, acaba trazendo junto cadeias proteína animal, como frango, suínos, aves e peixes, junto com a produção de energia limpa. A crise da pandemia é de atenção para toda economia mundial. Houve uma redução no consumo, mas o livre não estará livre dessa demanda por combustíveis. Temos um grande trunfo na mão que é o biocombustível”, disse.
Segundo ele, o setor de etanol de milho continuou seus investimentos. “Com certeza vamos passar por esse cenário e existe a expectativa da produção de 6 milhões de toneladas de milho para etanol nesta safra, além de outros projetos que virão. A gente vem trazer uma contribuição ao produtor rural e estimular um círculo virtuoso”, finalizou.
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Christian Lohbauer, presidente da CropLife Brasil
Presidente da CropLife Brasil, Christian Lohbauer falou da relevância da biotecnologia no mercado brasileiro. “Na área do milho, a biotecnologia chegou em 2008 e, de lá pra cá, mais de 90% dos produtores utilizam essa tecnologia com grande eficiência, pois aumenta a produtividade e reduziu o uso de inseticidas.”
Segundo ele, é preciso preservar essas tecnologias. “É muito importante que o produtor fique sempre atento ao refúgio. Sabemos que temos grande dificuldade operacional, mas para manter a força e a durabilidade dessas tecnologias é preciso utilizar o refúgio”, completou.
Ele disse que novas tecnologias devem surgir, mas que são variações de proteínas da dimensão BT. “Há tecnologias chegando a melhoramento clássicos, com milhos mais adaptados a regiões mais secas. Enfrentamos uma estiagem erande no Rio Grande do Sul agora, por exemplo, então há um processo intenso para melhoramento nesse sentido”, finalizou.
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Frederico Durães, chefe da Embrapa Milho e Sorgo
O último participante deste painel foi Frederico Durães, chefe da Embrapa Milho e Sorgo, que festejou os resultados desta safra e fez ressalvas para os próximos meses no mercado do milho. “ Precisamos trazer nesse momento um olhar sobre Chicago, câmbio e estrutura produtiva que oriente o futuro. A embrapa está sempre presente nesses movimentos inteligentes e criativos. Mesmo com uma pandemia grave, o setor agropecuário precisa de ciência, empreendedorismo para alimentar meio mundo”, disse.
Ele ressaltou a importância do agro no Brasil, que vem de investimento e pesquisa. “A agricultura tropical é feita a céu aberto, mais do que a manchete da supersafra, temos que pensar no que resulta produtividade e eficiência. Para isso, estamos tecnicamente trabalhando na estabilidade de produção frente a instabilidades ambientais. Daí destaco um trabalho divulgado ontem (segunda, 15), que é o Valor Bruto da Produção Agropecuária, que nesse 2020 está estimada em´R$ 703 bilhões, onde na área agrícola, soja e milho, – muito devido a supersafra – e café representam 58% deste volume. Precisamos ver que tecnicamente há um esforço de compreender o que o produto brasileiro tem de disponibilidade para fazer essas supersafras acontecer ano a ano”
2º Painel: Um panorama da produção de milho no Brasil
No segundo painel comandado por Kellen Severo diretamente de São Paulo e mantendo o isolamento social, foi a vez conversamos com representantes do setor de diversos pontos do Brasil para saber das condições da produção de milho também no Sul e Nordeste do Brasil.
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Paulo Antônio Bertolini, Abramilho Paraná
Paulo Antônio Bertolini, da Abramilho do Paraná, por exemplo, falou que o estado não vive um bom momento na produção do grão. “Algumas regiões estão com uma expectativa de perda acima de 30%. Não são notícias boas para o paraná, que ainda enfrenta a concorrência do milho paraguaio, que tá chegando de cascavel na faixa de R$ 41. Nosso plantio aconteceu tarde, com regiões com mais de 30 dias de seca, o que prejudicou bastante. Então, não devemos chegar a 10,7 milhões de sacas como era esperado”.
Segundo ele, cerca de 7% da área foi colhida. “Nossa grande preocupação está para nossa próxima safra, por causa do aumento do custo de sementes, fertilizantes e defensivos e o preço futuro não ter sinalizado uma compensação em relação ao que tivemos na safra atual. Nossa expectativa é uma melhora na abertura dos canais de exportação”, comentou.
A Aprosoja Paraná estima queda de 30% com uma produção de 9,5 milhões de toneladas.
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André Dobashi, Aprosoja Mato Grosso do Sul
Da Aprosoja Mato Grosso do Sul, André Dobashi também fala em alerta. “A gente teve um problema com atraso de semeadura da soja , que culminou com o atraso no milho. Nosso milho está muito novo e semeamos muito menos do que esperávamos. A safra 2019 de milho veio com mais de 2 milhões plantados, com recorde para segunda safra com mais de 12 milhões de toneladas produzidas”, disse.
Segundo a última estimativa da Aprosoja, haveria uma queda de 12,7% na área plantada e produção deve cair ao redor de 32%. “A gente tá tentando fazer algum ajuste para cima, já que não ocorreram geadas que a gente esperava. A área plantada é essa mesma, mas a produção deve ter uma revisão. O milho foi afetada pela seca, o que inicialmente colocou nossa produtividade abaixo dos 80 sacos, influenciado por uma previsão de geada em junho. Enquanto esse frio não vem, a gente espera que essa produtividade fique acima disso”, finalizou.
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Adriano Barzotto, Aprosoja Goiás
Já em Goiás, Adriano Barzotto, da Aprosoja Goiás, comemora a safrinha que já começou a ser colhida. “Nós estamos com a mão na chave das colheitadeiras. As colheitas começam fortemente na segunda quinzena e no mês de julho, onde teremos uma demanda muito grande por logística e infraestrutura, para termos uma colheita satisfatória no terceiro maior produtor de milho no país. Porém, cerca de 30% dessa safrinha foi plantada no mês de março, o que vai deixar um pouco de déficit na produtividade geral do estado. Mesmo assim, estamos otimistas já que o tempo correu muito bem”, disse
A produtividade no estado deve cair cerca de 6%, mas a produção deve crescer 5,9%, atingindo mais de 10 milhões de toneladas.
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Paulo Pires, Abramilho do Rio Grande do Sul
O estado do Rio Grande do Sul não tem a safrinha do milho, e na safra principal houve uma frustração por causa da estiagem que atingiu a região. “Houve uma quebra expressiva de 30%, mas agora temos uma expectativa boa para o próximo plantio do milho, que se inicia em agosto. Temos uma briga grande aqui no estado para aumentar a área da safra, e esse deve ocorrer, pois nunca tivemos um cenário tão favorável em 25 anos”, disse Paulo Pires, da Abramilho do Rio Grande do Sul.
Segundo ele, a quebra da última safra fez o estado ficar bem abaixo da média de 7 milhões de toneladas, conseguindo apenas 4,2 milhões de toneladas. A esperança é que na próxima safra esse aumento de produtividade finalmente retorne.
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Alan Juliani, Aprosoja Bahia
Na Bahia, Alan Juliani, presidente da Aprosoja local diz que o estado ainda busca um luar de destaque na exportação do produto. “Por aqui, mais de 80% da nossa safra de milho é verão. Estamos indo para última semana semana de colheita, com 90% colhido, e produzimos juntando com irrigado, em torno de 2 milhões de toneladas. A safra aqui foi boa, melhor do que o ano passado, mas a gente tem o problema de comercialização, a gente não tem exportacao funcionando ainda muito bem. E o custo muito alto, então está limitando um pouco para aumentar a área de milho”, disse.
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Enori Barbieri, Abramilho de Santa Catarina
Enori Barbieri, da Abramilho de Santa Catarina, ressaltou a importância do estado como consumidor do produto. “Nós fizemos uma safra menor do que o ano passado, com 2% a menos plantado. Colhemos praticamente 300 mil toneladas a menos do que o ano passado. No entanto, estamos felizes com essa produtividade de mais de 100 milhões de toneladas no Brasil, porque somos os maiores importadores de milho do país, e vamos precisar neste ano mais de 5 milhões de toneladas de milho para abastecer nosso sistema agroindustrial”, disse.
Ele também citou a ação da agroindústria em trabalhar com contratos futuros. “Os preços praticados foram muito satisfatórios e um fator interessante são os contrato futuros, que não era uma prática feita pela agroindústria e está ocorrendo agora. Creio que com isso a gente possa aumentar a área de milho plantada no estado. Além dos 300 mil hectare do milho comercial, fizemos 200 mil hectares de milho para silagem de alimentação para gado leiteiro em pequenas propriedades, e esses sim foram atingido por uma estiagem que também atingiu o Rio Grande do Sul. O fato é que o Brasil está transformando mto o milho em proteína animal e lácteos, e essa é a base do progresso do nosso setor”, finalizou.
Previsão do tempo para as próximas semanas
Para saber como deve ficar o tempo para as próximas semanas, conversamos com a editora do Tempo do Canal Rural, Pryscilla Paiva, que trouxe boas notícias para quem quer colocar as máquinas em campo.
“Nos próximos cinco dias, as chuvas vão ficar concentradas no Rio Grande do Sul por causa de um bloqueio atmosférico, favorecendo trabalhos de campo do norte do Paraná e por todo o Centro-Oeste e Sudeste. Para julho teremos volumes mais elevados no sul do Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. Mato Grosso, Mato grosso do Sul, Paraná e Minas teremos tempo seco”, disse.
Em Goioerê (PR), as interrupções na colheita podem ocorrer apenas no dia 25 de junho. Já em Nova Mutum (MT), a previsão é de tempo seco.
Na Bahia, Jeremoaba, mais de 50 milímetros nos próximos dias, o que significa uma boa umidade para desenvolver o milho. Em Maracaju (MS), pancadas nos dias 25 e 26, depois chuvas mais espaçadas, e julho tranquilo para a colheita.
HORA DA COLHEITA!
Pontualmente às 11h30 desta terça-feira, 16, as máquinas entraram em campo em Nova Mutum. A colheita simbólica ocorreu ao som de música ao vivo do cantor Leo Chaves, que entoou o sucesso Vida Boa. E para o que promete ser a tradicional chuva de milho, a participação do músico foi com clássica música Disparada, imortalizada na voz de Jair Rodrigues. Confira:
“O agronegócio hoje é responsável por metade das exportações brasileiras, temos hoje um nome, uma marca, um país com credibilidade no mundo inteiro e boa parte se deve ao agronegócio. O Brasil se tornou uma potência mundial na produção agropecuária, e esse refletiu em todos os setores, desde a formação de empregos e impactos no PIB, além de desenvolvimento e estudos na área. Chamo a importância para esse evento. A Abertura Nacional da Colheita de Milho Significa muito para economia e para você que passa dificuldade na pandemia, não só na sua mesa, mas no seu bolso”, disse Leo Chaves.
Convidados para conferir a qualidade do grão após a colheita, o presidente da Aprosoja MT, Antonio Galvan, e o presidente da Aprosmat, Gutemberg Silveira, aprovaram o produto colhido. “Sabemos que o milho é a principal cultura plantada no muro, mais de um terço de todo grão colhidos é milho, que é um produto fundamental. Com certeza, Mato Grosso esse ano bate um recorde histórico e a reclamação que ouvimos hoje do produtores sobre a qualidade do grão é muito menor. Temos uma safra recorde, histórica, e com qualidade”, disse.
Gutemberg reforçou a força de Mato Grosso na produção agrícola e toda credencial que o estado tem para exportar um produto de qualidade. “Muito boa a qualidade da semente que foi empregada aqui,com grão de excelente qualidade como podemos comprovar visualmente. Felizmente, Mato Grosso está despontando com esse novo aumento de produtividade e produção. Mato Grosso é muito forte e potente nessa área de produção agrícola”, disse.
Celebração e música de qualidade
Após a transmissão da Abertura Nacional da Colheita do Milho, o cantor Leo Chaves ainda fez uma apresentação especial para os seguidores do Canal Rural nas redes sociais. Reveja aqui: