O mercado chinês da soja começa a voltar suas atenções para compras dos Estados Unidos, algo normal para essa época. Segundo o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez, a relação comercial começou a voltar aos patamares pré embate, ou seja, em 2018. Mas será que o acordo Fase 1, firmado entre os países, será cumprido?
Nesta última semana, iniciada em 13 de julho, a China comprou 908 mil toneladas de soja dos Estados Unidos da safra 2020/2021. Com isso, o mês de julho, até agora (16 dias), já soma mais de 1,4 milhão de toneladas adquiridas pelos chineses. Em junho, os Estados Unidos haviam vendido um total de 1,8 milhão de toneladas.
“Há grandes chances de julho fechar com um volume acima dos 2 milhões de toneladas adquiridas. Podemos dizer que os negócios estão voltando ao normal entre os dois países, aquele pré-embate, em 2018”, comenta Gutierrez.
Os dados acumulados até julho mostram exatamente o que o analista disse. Ou seja, até agora a China já comprou mais de 8 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos. Na mesma época do ano passado, com o embate, havia adquirido apenas 2,8 milhões de toneladas. Já em 2018, até julho, os chineses compram 8,8 milhões de toneladas.
“Os negócios estão voltando ao normal. Agora se isso será suficiente para cumprirem o acordo é outra questão. Pensando na necessidade dos chineses em honrarem o acordo fase 1 com os EUA, ele teriam que começam a intensificar as compras mesmo. Até porque o Brasil não tem mais o que vender”, afirma Gutierrez.
A safra nova americana já foi vendida 8 milhões de toneladas. Contra 2,8 milhões de toneladas da mesma época do ano passado. Em 2018, na mesma época, eram 8,8. Ou seja os negócios estão voltando ao normal. Agora se isso será suficiente para cumprirem o acordo é outra questão
Relação entre EUA e China se deteriora
O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, está intensificando a pressão dos Estados Unidos sobre a China, acumulando proibições de vistos, sanções e outras restrições que estão derrubando laços já instáveis.
O procurador-geral William Barr, em discurso feito ontem, alertou as empresas norte-americanas que correm o risco de colaborar com um governo chinês que, em última análise, busca substituí-las em sua crescente economia estatal. Autoridades do governo também estão discutindo a proibição de viagens de membros do Partido Comunista da China e suas famílias para os Estados Unidos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
As discussões estão em estágios iniciais, sem prazo para serem efetivadas, disseram pessoas próximas. Se colocados em política, consultores e analistas de política disseram que a proibição afetaria a legitimidade do partido cada vez mais poderoso.