Os produtores do Paraná começaram a colheita da soja da safra 2019/2020. Segundo a Aprosoja-PR, algumas áreas apresentaram uma produtividade média de apenas 30 sacas por hectare. Entretanto, essa não deve ser a realidade do restante do estado, já que outras áreas mostraram potencial de produzir mais de 70 sacas.
“O estado está passando por um momento crítico em relação as chuvas, que estão escassas. Essa falta de água já foi a razão pelo atraso no plantio e agora está afetando as plantas no enchimento dos grãos”, diz o presidente da Aprosoja-PR, Márcio Bonesi, com exclusividade ao programa Mercado & Companhia.
Segundo ele, alguns produtores de Nova Ubiratã relataram que as primeiras colheitas renderam apenas 30 sacas por hectare na média. Dos 240 hectares plantados, 40 foram colhidos e renderam esse resultado.
“Eu mesmo estive com um produtor que colheu 37 sacas por hectare. A soja dele foi plantada ainda em setembro e pegou a primeira forte estiagem. Mas ele não quis replantar”, comenta Bonesi.
Os maiores problemas estão nas áreas localizadas no noroeste e oeste do estado, em áreas que foram plantadas em novembro e, por falta de chuvas, replantadas em seguida.
“As temperaturas também estão muitos altas no Paraná, complicando esse desenvolvimento. As fotos são da área de um amigo, aqui na região de Goioerê, plantada com atraso e, que agora, sofre com nova seca”, diz Bonesi.
Lavouras devem produzir bastante
De maneira geral, a entidade não prevê nova quebra de safra em 2019/2020, e o estado deve mesmo produzir mais de 19 milhões de toneladas.
“As fotos mostram lavouras em ótimas condições e devem apresentar produtividades acima de 70 sacas por hectare nas colheitas. Essas foram plantadas no fim de setembro. As chuvas foram determinantes para esse bom desenvolvimento. A soja foi muito bem desenvolvida, mostrando que teremos vários cenários de colheita”, conta Bonesi.
A colheita da soja começará a ganhar ritmo na próxima semana, afirma o presidente da Aprosoja, e ao que tudo indica o milho será plantado, mesmo com atraso. “Não creio que os produtores deixarão de fazer a segunda safra, ainda mais com a melhora nos preços. Até mesmo aqueles produtores que estavam receosos em plantar devido o atraso, com os preços melhores, devem apostar no milho sim, mas com menos tecnologia e investimento”, finaliza.