A imagem do agronegócio brasileiro no exterior foi tema de debate na Abertura Nacional da Colheita da Soja, em Jataí (GO), nesta quinta-feira, 23. O presidente executivo da Croplife Brasil, Christian Lohbauer, afirmou que existe uma “agenda do medo” contra o setor produtivo.
“Falam em Amazônia queimada, água poluída, alimentos sem segurança etc”, diz. De acordo com Lohbauer, a disputa é muito profunda, nasce na Europa e é importada por uma “minoria” do Brasil.
O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), também participou da discussão e criticou a posição das lideranças mundiais em relação aos incêndios que atingiram a Amazônia em 2019.
“Há pouco o mundo dizia que estávamos queimando a Amazônia, que precisávamos combater os incêndios. E agora, a Austrália está pegando fogo e ninguém falou que esse incêndio precisa ser combatido, que é culpa do país. Então porque o Brasil é único que tem obrigação de acabar com o fogo em um lugar que cabe a Europa inteira?”, questionou Alceu Moreira.
O parlamentar também disse que o setor produtivo é contra o desmatamento ilegal. “Nós somos o maior país agroambiental. Queremos vender nossos produtos com selo verde e não vermelho. Temos 66% do nosso território intacto, somos quem mais preserva no mundo inteiro. Além disso, temos a legislação mais qualificada, o Código Florestal”, afirmou.
Guerra de informações
A comunicação com o mundo é o maior desafio do agronegócio brasileiro, segundo o presidente executivo da Croplife Brasil. Ele disse que também é necessário resolver os conflitos internos com o Congresso através do diálogo.
“Faremos isso de forma mais incisiva com a ONGs, e não será por confronto, mas com dados científicos”, afirmou Lohbauer.
A Croplife Brasil surgiu a partir da fusão de representantes dos segmentos de defensivos químicos e biológicos, pesquisa, desenvolvimento e inovação em sementes, biotecnologia e agricultura digital. “Esperamos daqui uns anos ser uma das fontes fidedignas de dados, para que se possa combater os absurdos que são disseminados nas redes sociais”, pontuou Lohbauer.