Ao passar por algumas rodovias de Mato Grosso não é difícil encontrar soja guaxa brotando às margens das pistas. O problema é que, desde o dia 15 de junho, o estado está em pleno período de vazio sanitário, intervalo mais importante para evitar o surgimento da ferrugem asiática. O setor produtivo cobra mais empenho dos responsáveis na erradicação das plantas.
Em Sorriso, por exemplo, por todos os lados que se olha ainda há plantas de soja. Detalhe, de todos os tamanhos, carregadas de vagens, em plena produção ou floração. Isso ajuda na sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática, facilitando a ponte entre a entressafra e a safra. A presença dessas plantas causa preocupação e revolta o setor produtivo.
“Não adianta o produtor manter sua área limpa de plantas de soja, se com as estradas, rodovias e na própria cidade não há esta preocupação. Os órgãos competentes que façam esta limpeza, façam a parte sanitária, que com certeza beneficiará a todos, principalmente os agricultores de Mato Grosso”, diz o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Tiago Stefanello.”a gente vê que o nosso grande gargalo é da porteira para fora, mas isso foge da alçada do produtor e das nossas associações é mais questão de poder público e órgãos controladores fazer alguma coisa”
Além da campanha para conscientizar os agricultores, uma entidade rural da região cobra mais atenção das concessionárias. O alerta é para evitar a propagação da doença na próxima safra.
“Esse ano foi um ano bem chuvoso, tendo muita ocorrência de plantas guaxas, bem desenvolvidas na beira das estradas. Isso é muito perigoso, porque essas plantas são fontes de inóculos para a doença. Os esporos são muitos leves e facilmente carregados pelo vento, então se tiver um foco isolado ele disseminará para uma área bem grande, Então é importante que haja essa preocupação é que os órgãos envolvidos controlem e limpe essas beiras de estradas”, diz Daniel Pasculli, gerente de Defesa Agrícola da Aprosoja/MT.