Em uma época onde o plantio direto era visto como uma prática estranha, o produtor com sotaque alemão inovou e conseguiu realizar um sonho
Nascido em Santa Catarina, Herbert Bartz passou sua infância na Alemanha e conheceu de perto os horrores da guerra. Por ter passado fome ainda criança, Herbert sonhou em um dia poder produzir alimentos de qualidade em abundância. Anos depois, de volta ao Brasil e com um sotaque bastante característico, ele colocou o plano em prática e se tornou agricultor.
“Em 1945 eu tinha 8 anos e no meu aniversário aconteceu um grande ataque aéreo que matou milhares de pessoas. Depois daquilo começou a faltar comida pra todo mundo”, relembra Bartz.
Com muita dedicação e vontade de vencer, o sonho de Bartz virou realidade em Rolândia, no estado do Paraná. O produtor foi pioneiro no plantio direto (plantar sem arar e revolver o solo), deixando-o protegido e menos suscetível à erosão, já que o clima é um dos principais desafios para a cultura da soja na região.
“Nosso problema inicial era a chuva tropical. Com irregularidades, hora não tinha nada e depois tinha excesso de precipitações. Por isso resolvemos mudar o manejo”, ressalta.
A fazenda toda mudou e os filhos já nasceram sabendo do sistema de plantio direto e seus benefícios. “Na década de 1980 ainda havia muito preconceito contra a técnica na época. Depois disso veio o manejo integrado de pragas e tudo isso trouxe benefícios para nossas lavouras”, conta o filho Johann Bartz.
Indagado se sente falta da Alemanha e se pensa na vida que levaria lá, Bartz demonstra muita certeza na mudança. “ Percebi mais tarde que tudo que conquistei no Brasil seria impossível na Alemanha”, finaliza.
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