A comercialização antecipada de soja perdeu ritmo no Brasil a partir da segunda quinzena de maio, tanto no disponível como nas vendas futuras, afirma a consultoria Safras & Mercado. A mudança de rumo do dólar comercial e a quantidade de grão disponível, são os fatores que retiraram os produtores do mercado.
A moeda norte-americana que até o dia 15 de maio se aproximou dos R$ 6, a partir dali recuou e chegou a testar a casa de R$ 5.
“Bem capitalizados, os vendedores se retraíram e estão negociando apenas no necessário. Mesmo assim, os dados de comercialização indicam um volume negociado bem acima do ritmo do ano passado e da média para o período”, diz Luis Fernando Gutierrez, analista da consultoria.
A comercialização da safra 2019/2020 de soja do Brasil envolve 88,7% da produção projetada, conforme relatório com dados recolhidos até 5 de junho. No relatório anterior, com dados de 8 de maio, o número era de 75,2%.
Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 63,4% e a média para o período é de 67,4%. Levando-se em conta uma safra estimada em 124,609 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 110,535 milhões de toneladas.
Já a venda antecipada para 2020/2021 pulou de 31,5% no início de maio para 35,6%. Como SAFRAS ainda não tem projeção de safra para a próxima temporada, a base para cálculo foi a de uma produção igual a desse ano. Ou seja, cerca de 44,393 milhões de toneladas já foram comprometidas.
A comercialização da safra futura está bem acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 11,9%, e também supera a média normal para o período, de 8,3%.