A safra de soja 2019/2020 do Rio Grande do Sul, que está em fase final de colheita, teve quebra de 45,9%, disse o secretário da Agricultura gaúcho, Covatti Filho, em entrevista à Rádio Gaúcha. A previsão é da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado (Emater-RS) e foi antecipada pelo representante.
Segundo ele, a produção do grão no estado recuou de 19,7 milhões de toneladas para 10,6 milhões de toneladas. Nesta sexta-feira, 22, a Emater vai divulgar o balanço oficial da safra de grãos do Rio Grande do Sul, com dados sobre as principais culturas do estado.
Áreas não cobrem o custo
O agricultor Juliano Manfroi, que cultiva cerca de 1.080 hectares com grãos, perto de Passo Fundo, no norte do estado afirma que a safra de verão foi bastante complicada, com perda de produtividade na soja e no milho. “Fomos surpreendidos por uma seca, desde novembro do ano passado até agora, ainda não passou. Tivemos perdas significativas, de 40% a 45 % tanto no milho, como na soja”, conta.
Segundo o produtor, foi necessário renegociar dívidas e conversas com parceiros e bancos para parcelar os débitos. “O que nós colhemos simplesmente deu para pagar os custos de produção, em algumas áreas nem para isso deu”, diz.
Pensando no futuro, o produtor conta que já está se organizando para implantar de forma assertiva as culturas de inverno e se planejando para o próximo verão. É um período, segundo ele, que vai exigir mais eficiência na gestão da propriedade rural.
“Nós, agricultores do Rio Grande do Sul, estamos passando por uma situação muito difícil, mas nem por isso, vamos baixar a cabeça ou vamos nos desesperar. Vamos procurar renegociar nossas dívidas e já pensar na próxima safra. Agora, no momento estamos implantando os tratos culturais. Eu já travei soja, e já comprei os insumos, aproveitando o bom momento da soja”, diz.