A Tailândia quer vetar a importação de produtos alimentícios com resíduos de agrotóxicos proibidos no país. De acordo com reportagem do Uol, o país asiático adicionou o pesticida paraquat e o inseticida clorpirifós à lista de substâncias mais perigosas em 1º de junho, citando a necessidade de proteger a saúde humana. Com isso, a decisão pode afetar as exportações de soja e trigo do Brasil e dos Estados Unidos, avaliadas em mais de US$ 1 bilhão por ano, e gerar um conflito diplomático.
A medida é vista com bastante preocupação pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, que classifica a ação como “um pouco inconsequente”. “Pode ter consequências desastrosas para a Tailândia. Dificilmente terão soja no padrão exigido neste momento. É um tiro no pé”, diz. Ele destaca que a safra está em andamento e o produtor não consegue alterar o método tão em cima da hora.
Os Estados Unidos e o Brasil já se manifestaram contra a medida da Tailândia e aguardam um retorno. Braz acredita que a resposta deve vir rapidamente, pois o Ministério da Agricultura está bem embasado de informações. “As relações que a gente tem construído mostram a qualidade do nosso produto. Os resíduos são mínimos e não trarão problemas à saúde”, pontua.
Caso a Tailândia mantenha a medida, o presidente da Aprosoja afirma que o setor brasileiro pode ser impactado, pois exporta cerca de 1,7 milhão de toneladas para o país asiático. “Não é tão grande o impacto, mas existe”, diz. “Mas acreditamos que será revista [a decisão]”, reforça.