Estudo recente da Embrapa Territorial, baseado em dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), mostra que apenas 7,8% do território brasileiro é ocupado por lavouras. O percentual é bem menor que em outros países, entre eles os nossos concorrentes diretos no mercado internacional: Argentina (14%) e Estados Unidos (18%). Na Europa, as plantações ocupam mais de 50% das terras.
Os índices foram apresentados pelo supervisor de gestão da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti Castro, durante palestra na Abertura Nacional do Plantio da Soja, que aconteceu nesta quinta-feira, 19, em Vilhena (RO).
O estado foi escolhido para sediar o evento não só por ser considerado uma fronteira agrícola para a soja, mas também por estar localizado no bioma amazônico e, portanto, no centro das discussões recentes sobre a relação do Brasil com a preservação do meio ambiente.
Para entender o potencial agrícola de Rondônia e a relação atual com a preservação, a Aprosoja local firmou parceria com a Embrapa Territorial para uma análise aprofundada. Ao todo, o estado preserva 6,7 milhões de hectares. “Isso mostra que, na média, as propriedades rurais de Rondônia destinam 52,6% de suas áreas à preservação ambiental. É motivo de orgulho para nós brasileiros”, conta Castro. Esse percentual é muito maior que o exigido pelo Código Florestal.
Brasil
O levantamento da entidade mostra que os produtores brasileiros preservam 219 milhões de hectares, ou seja, 48% das áreas das propriedades rurais, que representam 26% de todo o território do país.
“Isso nos leva a uma conclusão óbvia: nenhuma categoria profissional do Brasil destina mais área, recursos, tempo e, principalmente, dinheiro em prol do meio ambiente que os agricultores. Esse é um compromisso de cada produtor brasileiro com o futuro do país e do planeta”, diz o representante da Embrapa.
Segundo levantamento da entidade, a área territorial preservada no Brasil equivale a 48 países da Europa. “Fizemos um estudo e pegamos 24 microrregiões brasileiras que totalizam 50% da produção da soja no Brasil. Percebemos que quanto mais se plantava soja, melhor eram os índices de preservação dentro da propriedade rural”, diz Castro.