A tripanossomose bovina é causada por um protozoário do gênero Trypanossoma, que ataca a corrente sanguínea do gado e rouba seus nutrientes. O parasita também pode provocar a doença em equídeos e cães, nos quais a taxa de mortalidade é alta. Além disso, também afeta de forma menos grave ovinos e caprinos.
No Brasil, a espécie de maior relevância para os bovinos é o Trypanossoma vivax, que provoca o estado mais grave da doença. No Pantanal, também é frequente a ocorrência do Trypanossoma evansi, que causa uma versão um pouco mais branda da doença, conhecida regionalmente como Mal das Cadeiras – como ela causa muita fraqueza nos animais, muitos acabam quebrando as ancas ou os membros posteriores.
Quais os sintomas?
Os animais infectados emagrecem, apresentam febre, anemia intensa, fraqueza progressiva e perda substancial de peso em curto período de tempo. Depois desse processo, eles morrem. Também podem apresentar lacrimejamento excessivo, conjuntivite e hiperexcitabilidade (podem ficam mais agitados).
Além disso, a doença pode provocar perda de libido nos machos, retardamento da puberdade e baixa qualidade seminal. Nas fêmeas, ela afeta o clico de cio, pode resultar em baixa fertilidade, morte fetal, dificuldade no parto e abortos.
Como é transmitida?
A transmissão mecânica, de maior importância no Brasil, se dá por meio de moscas hematófagas (que se alimentam de sangue), principalmente a mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans), difundida em boa parte do território nacional. A transmissão mecânica também pode ocorrer através da utilização de uma agulha para vários animais durante a aplicação de medicamentos ou vacinações. Os animais que sobrevivem não causam riscos aos humanos.
Como diagnosticar?
Os pecuaristas deve estar atento aos sintomas e solicitar a visita de um médico veterinário para verificação. O diagnóstico desta doença deve ser feito por meio do exame de sangue.
Como tratar?
Segundo publicação da Embrapa sobre a doença, a droga disponível no país para tratamento é o dimenazene (aceturato de dimenazene), cuja dosagem recomendada é de 7,0 mg/kg.
Medicamentos com os princípios ativos homidium (brometo ou cloreto de homidium) e isometamidium (cloreto de isometamidium) também são recomendados.
O cloreto de isometamidium, considerado o medicamento mais eficaz no combate ao protozoário, não pode ser comercializado no país. A dificuldade para conseguir o produto é o principal entrave no combate à doença.
Para adquirir o produto é necessário formalizar o pedido junto ao Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, na Coordenação de Produtos Veterinários, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.
Controle biológico
O controle biológico dos vetores de transmissão (moscas) é uma alternativa para reduzir os surtos da doença. Há testes com uso de fungos, nematoides, algumas moscas, vespas e pássaros no controle da mosca-dos-estábulos. O uso de armadilhas com inseticidas também pode ajudar no controle da mosca.