Série de Docs - Agronomia Sustentável

Em Brasília: 3º episódio da série aborda formulação de políticas públicas

O papel da agronomia na definição de diretrizes que norteiam a vida no campo e na cidade, a pesquisa e o cooperativismo estão entre os temas do programa

Sede dos órgãos federais e de várias entidades ligadas ao agro, Brasília tem uma presença marcante da agronomia na formulação de políticas públicas e diretrizes que norteiam a vida no campo e na cidade. Este foi um dos assuntos do terceiro episódio da série Agronomia Sustentável, exibido neste sábado, 10. Na capital federal, foram abordados ainda essa relação do agrônomo com a gestão de recursos hídricos, pesquisa e cooperativismo. O projeto é uma parceria do Canal Rural com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

O presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), Kleber Santos, destaca o papel da engenharia agronômica no centro do poder. “A gente visualiza que tem profissionais em várias unidades federais do governo federal e essa integração é fundamental. Envolve uma questão de racionalização dos recursos públicos e um melhor atendimento do cidadão”.

Em Brasília estão, por exemplo, as sedes de órgãos como o Ministério do Meio Ambiente, Agência Nacional de Águas, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), além do próprio Ministério da Agricultura. O atual secretário de Defesa Agropecuária da pasta, José Guilherme Leal, é engenheiro agrônomo. Ele pontua o trabalho do governo nesse momento de pandemia para evitar um impacto no abastecimento de alimentos.

“Com esse esforço todo conseguimos passar um ano muito difícil tendo os alimentos à disposição da população brasileira e garantindo os contratos de exportação. Tivemos, sim, uma alta de preços, mas em função de todo o cenário nacional, não foi em função da falta de produção”, disse Leal.

Inovação

Outro recorte do episódio mostra o trabalho de pesquisa desenvolvido na capital do país onde estão situadas cinco unidades da Embrapa mais a sede da empresa. Na Embrapa Cerrados, a pesquisadora e agrônoma Maria Madalena Rinaldi conta com está o estudo relacionado a redução de desperdícios na fase da pós-colheita. Em uma das linhas de pesquisa, foram desenvolvidas técnicas quem ampliam a vida útil da mandioca de 7 dias para 28 dias.

“No momento em que se a colhe a raiz no campo, a gente tem que garantir que essa raiz chegue na mesa do consumidor com a qualidade adequada. Por isso, temos que conhecer esse produto para definir a forma adequada de armazenar, como que vai colocar esse produto no supermercado”, explica.

A inovação também está presente no cooperativismo. Presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, ressalta a importância da agronomia na extensão rural. “Temos profissionais que prestam serviço nas cooperativas e diretamente para os produtores. Só 20% das propriedades rurais têm serviço de extensão rural, no universo do cooperativismo esse número passa de 60%”, informa.

O engenheiro agrônomo, mestre em irrigação e perito judicial, Gustavo Luiz Batista, lembra que as novas tecnologias em expansão com uso de drones, georreferenciamento desenvolvidas no ambiente urbano “tem sido levado a campo por engenheiros agrônomos melhorando o rendimento das lavouras”.

Esse profissional está ainda presente na qualidade de vida da população por meio do turismo rural. O Distrito Federal, por exemplo, é conhecido por uma infinidade de trilhas ecológicas. “Para você montar um empreendimento de turismo rural, você precisa ter um acompanhamento técnico de um engenheiro agrônomo junto com outros profissionais vão mensurar a contribuição desse empreendimento à natureza”, afirma Antonio Barreto, analista do Instituto Brasília Ambiental.

No próximo sábado,17, a série aborda a agronomia na qualidade do ensino, gestão sustentável do lixo, fazenda urbana e mais sobre cooperativismo em Curitiba.