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Agronomia Sustentável

Bambu, agroindústria familiar e gestão de parques fecham série

Último episódio da primeira temporada do projeto foi gravado em Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO); valorização profissional e atuação do agrônomo para alavancar negócios também foram destaque

A versatilidade do uso do bambu é um dos destaques do 12º episódio da série Agronomia Sustentável, que foi exibido neste sábado, 12. Na capital do Acre, Rio Branco, o engenheiro agrônomo Emanuel Ferreira aprofundou seu conhecimento sobre a planta e a transformou em um negócio rentável.

O programa ainda passou por Porto Velho, Rondônia, onde mostrou o suporte do agrônomo para alavancar a agroindústria local administrada por uma família de agricultores familiares. O projeto é uma parceria do Canal Rural com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), os Conselhos Regionais (Creas) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Emanuel Ferreira é responsável pela implantação de uma unidade demonstrativa de floresta, com o objetivo de manter 30 espécies diferentes de bambu. Além da produção de mudas, a unidade serve de apoio aos pesquisadores. Antes o que era uma pastagem abandonada, resultou em um cenário sustentável.

“Nós implantamos um sistema agroflorestal com o bambu. E aqui hoje a gente tem espécies nativas, desde castanheiras, seringueiras, ipês, copaíbas, espécies exóticas, como eucalipto, junto com o bambu. Todas elas em um sistema trabalhando harmonicamente”, define o agrônomo.

Da unidade demonstrativa, o bambu é usado na produção de canudos sustentáveis, no artesanato e na construção civil e paisagismo. O resultado desse trabalho pode ser visto, por exemplo, na casa da arquiteta Marlúcia Cândida, que transformou as origens da capital em um objeto de decoração.

“O desafio foi fazer o primeiro projeto no Acre. Nós precisávamos mostrar para as pessoas que o bambu é viável, que é uma matéria-prima local, que é barato. Ele gera renda para as comunidades da floresta e pode ser industrializado em alta escala”, aponta Marlúcia.

Desafios e apoio à agroindústria

Em uma área de 1,5 hectare com plantação de coco em Porto Velho, Rondônia, foi possível ver que diferença faz o trabalho do engenheiro agrônomo. Desde fevereiro de 2019, a agrônoma Monalissa Dias atua na Secretaria da Agricultura do estado para auxiliar agricultores familiares no fomento à agroindústria.

“É muito gratificante o produtor dar um passo a mais. Vai agregar valor ao produto dele, e ele vê resultado. A gente vê muita família unida trabalhando”, diz Monalissa.

A partir desse suporte técnico, a agricultora Elianete Gomes viu os negócios prosperarem. Ela tem uma agroindústria de cocada que surgiu para aproveitar os frutos que se estava se perdendo na propriedade. Hoje, são produzidos 10 mil quilos de cocada toda semana. “Tenho muito prazer de trabalhar com o nosso produto porque ele é um produto diferenciado e, assim, não está só agregado à matéria prima, está agregado à união familiar”, afirma Elianete.

O parque ambiental Chico Mendes, em Rio Branco, abriga o novo escritório da engenheira agrônoma Diana Lustosa Braga. Formada pela Universidade Federal do Acre, desde março deste ano ela exerce o cargo de gestora do parque. Uma área com 57 hectares de vegetação e mais de 200 espécies de animais silvestres. “Acredito que o município está valorizando mais o trabalho dos agrônomos na questão ambiental, pela necessidade de estar desenvolvendo atividades e ações”, diz a agrônoma.

Outra abordagem do programa foi a importância da associação de engenheiros agrônomos na atividade profissional. “A nossa finalidade é sempre tentar viabilizar cursos, palestras, tudo envolvendo o que tem aqui para a nossa região”, reforça a presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Acre, Soraya Elizabeth Lima.

Ainda na região Norte, o 12º episódio da série Agronomia Sustentável retrata as peculiaridades e desafios do profissional da agronomia. Em Rondônia, são 715 engenheiros agrônomos ativos no Crea-RO.

A doutora em biotecnologia e biodiversidade Vaneide Araújo Rudnick faz parte desse grupo. “Como extensionista, você permeia todos os campos. Eu já trabalhei com agroindústria e na área urbana. A gente faz muito licenciamento ambiental para empreendimentos, trabalha com crédito rural. Então, a gente busca várias ações voltadas não só dentro da propriedade, mas também porteira afora, na parte de comercialização”, conta Vaneide.

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