A série Agronomia Sustentável chegou a Fortaleza (CE), capital com o maior PIB na região Nordeste, segundo o IBGE. No décimo episódio, veiculado neste sábado, 29, destaque para o desenvolvimento de uma startup por alunos de agronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e para o trabalho do agrônomo na agricultura urbana e preservação ambiental na cidade.
O projeto Agronomia Sustentável é uma parceria do Canal Rural com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), os Conselhos Regionais (Creas) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) tem desempenhado um importante papel social na representação dos profissionais da engenharia. A diretora do conselho, Maria Helena de Araújo, tem se dedicado à integração do exercício da profissão com foco na agronomia sustentável.
“Nós estamos hoje com o grupo de trabalho para o desenvolvimento tecnológico do setor primário do estado do Ceará, que incorpora vários órgãos, vários técnicos, onde estamos trazendo expertise para trabalhar propostas e projetos, seja no rural, seja no urbano”, afirma Maria Helena. Atualmente, são 2.730 engenheiros agrônomos ativos no Crea-CE.
A capital Fortaleza tem uma grande variedade de espaços arborizados, com parques espalhados por toda a cidade. E foi em um desses cenários que a equipe do Canal Rural conversou com a engenheira agrônoma Gabriela de Souza Dantas. Formada pela Universidade Federal do Ceará, ela se dedica a projetos voltados ao setor da agricultura urbana. “A intenção é auxiliar essas pessoas que têm vontade de empreender no segmento, dando assistência técnica e capacitações técnicas e gerenciais”, relata Gabriela.
A trajetória profissional da agrônoma engloba também o projeto Mais Educação, um trabalho de implantação de hortas nas escolas municipais, no qual as crianças aprendem a importância da introdução dos alimentos nas suas dietas.
Horto Florestal de Fortaleza
Investir em sustentabilidade deixou de ser uma opção e tornou uma necessidade. Nesse contexto, o agrônomo tem um trabalho relevante na adoção e manutenção de áreas verdades nos meios urbanos. Um deles é o Horto Florestal de Fortaleza. Com 12 hectares, no local são cultivadas mais de 275 espécies florestais, dentre ela frutíferas e ornamentais.
“Os grandes parques são destaques aqui de Fortaleza. Eles ocupam cerca de 32 mil hectares de área. Cobrem Fortaleza, desde a entrada no município de Maranguape, até chegar no mar quase no município vizinho de Eusébio. Circulam a cidade. Este parque onde estamos, no coração da cidade, é uma parte muito rica, com muitas trilhas de caminhada, muitos animais silvestres. É um ambiente muito acolhedor”, destaca o agrônomo Erildo Pontes.
Startup de insetos
Você já imaginou consumir insetos para melhorar a qualidade de vida? Este episódio mostrou também a história de dois estudantes de agronomia da Universidade Federal do Ceará que realizaram um projeto de startup com a larva tenébrio, conhecida como alimento vivo para aves e peixes.
O objetivo dos estudantes é que o estudo resulte na produção de uma fonte de proteína alternativa com alto valor nutricional agregado com a reutilização dos resíduos gerados.
“A gente já tem o dado científico para colocar esse produto no mercado. O que a gente precisa mesmo é de uma legislação que permita essa comercialização”, afirma o estudante Daniel da Silva.
Outra preocupação dos alunos é a segurança alimentar do produto. “É tudo uma questão cultural e uma questão de mostrar para as pessoas os benefícios do consumo de insetos. A gente está fazendo justamente esse tipo de empreendimento para melhorar a qualidade de vida das pessoas e realmente proporcionar um alimento saudável na vida delas”; informa Carlos Alberto Nascimento
O apoiador e orientador do projeto comemora o empenho dos estudantes. “Estar na graduação e, além disso, ao sair da graduação já gerando empregos, isso significa que eles já têm os empregos deles. Estão encaminhados com uma proposta inovadora de inserir insetos na alimentação humana’, comenta o professor e engenheiro agrônomo Patrik Pastori.