Agronomia Sustentável

A engenharia que move: produção de biocombustíveis é destaque do Agronomia Sustentável

Papel de agrônomos, engenheiros e profissionais das geociências na fabricação do insumo é destaque do 11º episódio da série

Os biocombustíveis são derivados de biomassa renovável de diferentes fontes, como cana-de-açúcar e milho, e podem substituir, de forma parcial ou total, os combustíveis provenientes do petróleo. O Brasil tem papel de destaque nesse cenário. Em 2020, por exemplo, o país se tornou o segundo maior fabricante global do insumo verde, estando também na vice-liderança do mercado de etanol.

Essas fontes de energia alternativa apresentam baixo índice de emissão de poluentes à atmosfera. Com esse apelo ambiental, o setor cresce a cada ano e conta com o conhecimento e a contribuição de agrônomos e outros profissionais das engenharias para deslanchar, como o engenheiro eletricista e gerente de manutenção industrial Hernandes Rosa Júnior.

“Comecei a trabalhar com etanol em 2001, há 21 anos. Minha expectativa sempre foi avançar em tecnologia para uma produção mais limpa e competitiva do etanol e do açúcar, ou seja, todos os produtos que englobam a usina de biomassa, que também usamos para a a para exportação de energia elétrica. O contexto geral é a gente aprimorar esses produtos para termos sustentabilidade”, disse o engenheiro no programa Agronomia Sustentável.

Segundo ele, o uso do etanol nos automóveis é capaz de reduzir a emissão de poluentes em cerca de 90% quando comparado à gasolina e ao diesel. “Essa é a minha contribuição com as pessoas: fazer um combustível limpo, com eficiência e competitividade […]”, declara.

usina de biocombustíveis
Foto: Canal Rural/reprodução

 

Quem também participa desse universo que move motores de forma mais sustentável é o engenheiro mecânico Eduardo Bennacchio. Ele está em outro elo dessa cadeia, mais à ponta, trabalhando com automóveis que recebem esses biocombustíveis. Ele entrou como estagiário em uma grande fabricante japonesa no ano de 2000 e, hoje, é gerente de Engenharia de Produto no Brasil.

“Começamos o desenvolvimento do projeto trabalhando com testes do produto, no caso os híbridos flex, no caso o etanol, em condições reais de uso em nossa região para poder fazer o levantamento se está atingindo o desempenho necessário estipulado para fazer os ajustes e calibrações necessárias e, por fim, nessa última fase, que é depois do início da produção do veículo, fazemos um monitoramento do mercado para acompanhar a aceitação desse produto e identificar melhorias para as próximas fases do projeto”.

Os carros flex power começaram a ser produzidos no Brasil em 2003 e possibilitam ao motorista utilizar mais de um tipo de combustível no veículo. Hoje, os motores com essa tecnologia equipam quase todos os carros vendidos no país. E a evolução não para por aí. Neste ano, estima-se que seham lançados em solo nacional mais de 20 modelos que combinam motores elétricos e à combustão. “Realmente sentimos o peso de desenvolver um produto que contribua para o bem-estar social com a redução significativa das emissões de CO2”, considera Bennacchio.

Agrônomos na produção de biocombustíveis

Além dos engenheiros eletricistas e mecânicos, também tem agrônomos envolvidos no setor de biocombustíveis. Essa atuação está prevista na resolução nº 218, de 1973, do Conselho Federal de Agronomia e Engenharia (Confea), cujo objetivo é defender que esses profissionais possam responder pelo processo de transformação de cana-de-açúcar em etanol. Assim, eles podem desempenhar atividades relativas à tecnologia da transformação, como açúcar, amidos, óleo, laticínios, vinhos e destilados.

O próximo episódio da série Agronomia Sustentável vai destacar projetos solidários liderados por engenheiros. O programa é uma realização do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Mútua e Canal Rural e vai ao todos os sábados, às 9h (horário de Brasília), com reprises aos domingos, às 7h30.