Artesãos de Santo Antônio do Aventureiro, na Zona da Mata de Minas Gerais, estão utilizando fibras de bananeira e taboa, considerada uma planta invasora, para produzir itens como cestos, bolsas, chapéus e embalagens para cachaça.
A iniciativa tem proporcionado renda extra aos profissionais, além de estimular a inovação e o resgate de práticas artesanais tradicionais na região.
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A extensionista da Emater-MG, Ana Paula Sérvulo de Andrade, conta que o uso das fibras foi incentivado por um curso realizado em abril deste ano, fruto de uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MG) e a prefeitura municipal.
Assim, dez artesãos foram capacitados e agora utilizam os materiais para criar novas peças e preservar o conhecimento local.
Potencial sustentável
Entre os artesãos que adotaram as fibras em suas produções estão Raquel Lima Nogueira, que misturou as fibras com couro em bolsas e cintos, e Victor Queiroz, que incorporou as técnicas na confecção de luminárias e jardineiras. Ambos destacaram o potencial sustentável da prática e seu papel no resgate de uma tradição que estava desaparecendo.
As vendas dos produtos ocorrem em feiras e eventos no município, e a Emater-MG planeja criar um espaço exclusivo na Feira da Agricultura Familiar, denominado “Aventureiros de Fibra”, para reunir os artesãos e ampliar a divulgação dos trabalhos.
O instrutor do curso, Gildeon Santo Porto, destacou a sustentabilidade da atividade. Segundo ele, a fibra de bananeira é extraída de caules descartados após a colheita, enquanto a taboa é reaproveitada na produção de artesanatos. Essa abordagem contribui para a preservação ambiental e agrega valor às peças produzidas.