Em 2024, o Brasil registrou 278.229 focos de incêndio, um aumento de 46% em relação aos 189.891 registros de 2023 e o pior número desde 2010, quando foram contabilizadas 319.383 ocorrências. Os dados são do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados pelo jornal Folha de São Paulo.
Intensificado pelas mudanças climáticas e influenciado pelo fenômeno El Niño, o Brasil enfrentou uma seca histórica em 2024. O fogo começou mais cedo do que o habitual em várias partes do país. Entre fevereiro e março, incêndios atingiram Roraima e, no Pantanal, as chamas começaram a se alastrar em junho.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, afirmou que a estiagem foi a maior em 73 anos no Pantanal e a mais severa dos últimos 40 anos na Amazônia.
No último ano, São Paulo quebrou o recorde de focos de incêndio. Os dados do Inpe apontam um aumento de 423%, o maior percentual do país, com 8.702 registros. No Distrito Federal, o índice avançou 292%, com 349 focos.
Porém, os maiores números foram registrados na Amazônia (140.328), um aumento de 42% em relação a 2023 e o maior patamar desde 2007, quando foram detectados 186.463 focos. O Pantanal apresentou uma alta de 120%, com 14.498 focos, o pior número desde 2020, quando houve 22.116 ocorrências.
No Cerrado, foram registrados 81.432 focos, um aumento de 60% em relação a 2023. Esse número é o maior desde 2012, quando foram contabilizados 90.579. Outros biomas também sofreram com o fogo: a Mata Atlântica perdeu 10 mil km² de área, a Caatinga 2.975 km² e o Pampa 33 km².
O Pará registrou 56.060 focos em 2024, um aumento de 34%. Em 2023, o estado praticamente havia mantido o mesmo volume de focos detectados no ano anterior. O Amazonas, o índice subiu 30%, com 25.499 focos detectados. No ano anterior, o estado havia registrado uma redução de 7%.
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Segundo o Monitor do Fogo, da plataforma MapBiomas, até o mês de novembro, o fogo atingiu uma área de 297.680 km² no Brasil, equivalente ao território do Rio Grande do Sul. Esse índice representa um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023. A plataforma ainda não atualizou os dados referentes a dezembro.
Mudanças
Em 2024, os cientistas do MapBiomas identificaram uma mudança no padrão das áreas atingidas pelo fogo. Enquanto nos últimos seis anos as queimadas afetaram predominantemente áreas de pastagem, neste ano as florestas foram as mais impactadas.