COP28

Fundo JBS pela Amazônia assina compromisso da filantropia sobre mudanças climáticas

Ao todo, 28 organizações assinaram o termo; mobilização é coordenada por Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE)

Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia
Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia

O Fundo JBS pela Amazônia, ao lado de outros investidores sociais privados e organizações da sociedade civil que atuam no setor filantrópico, participou nesta quarta-feira (06) durante a COP28, em Dubai, do lançamento do Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas. O documento conta com 28 assinaturas de organizações atuantes no segmento, mobilizadas pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

Além do Fundo JBS pela Amazônia, assinaram o compromisso instituições como Fundação Banco do Brasil, Fundação José Luiz Egydio Setubal, Brazil Foundation, Fundo Vale, Movimento Bem Maior, Fundação Tide Setubal, Fundação Roberto Marinho e Instituto Galo da Manhã, entre outros.

“A filantropia brasileira tem a oportunidade de advogar e influenciar compromissos práticos e consistentes orientados a partir de uma nova perspectiva de desenvolvimento, cumprindo papel subsidiário, mas estratégico, para o alcance das metas nacionais. Deve atuar também como catalisadora de recursos financeiros nacionais e internacionais, apoiando o fortalecimento das capacidades de governos locais para formular, implementar e avaliar políticas e planos de ação”, destaca o documento.

Estruturado em oito eixos de ação, o Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas prevê medidas direcionadas à educação e aprendizagem sobre causas, impactos e soluções sistêmicas das alterações climáticas e as implicações para o trabalho; alocação de recursos financeiros e esforços para acelerar a mitigação das mudanças climáticas; visão sistêmica de iniciativas para um mundo com emissões líquidas zero; patrimônio, fundos e ativos financeiros para a redução dos impactos das mudanças climáticas; medidas para minimizar o impacto climático de operações desenvolvidas pelo próprio setor filantrópico; articulação, influência e advocacy para atuaçãoarticulada e colaborativa; posicionamento e identidade/singularidade para diversificar e complementar visões e abordagens na agenda climática; e aprendizado contínuo e transparência nas ações realizadas.

De acordo com Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia, o compromisso assinado colabora com a orquestração o setor no enfrentamento às mudanças climáticas. “Para que os recursos financeiros gerem resiliência, adaptação, mitigação e sustentabilidade socioambiental no contexto da emergência climática, é preciso nos organizar. Só com o espírito coletivo chegaremos em uma agenda de justiça climática”.

O documento foi lançado nesta quarta-feira durante o encontro “Filantropias do sul global: O que está acontecendo?” — uma das atividades promovidas pelo GIFE durante a COP28. Referência nacional em fortalecimento da filantropia e representando mais de 170 instituições que respondem por importante fatia da economia brasileira, o GIFE participa da Conferência Mundial do Clima pelo segundo ano consecutivo. O objetivo é aumentar o engajamento do Investimento Social Privado (ISP) no enfrentamento às mudanças climáticas.

Entre os participantes do encontro, a superintendente de Educação e Trabalho da Fundação Itaú, Ana Inoue; o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria; a diretora do Fundo JBS pela Amazônia, Andrea Azevedo; e o coordenador geral do Fundo Positivo, Harley Nascimento.

A “Missão Gife na COP28” é coordenada pelo secretário-geral da entidade, Cassio França. Este ano, a organização levou para Dubai representantes do Instituto Votorantim, Fundação Itaú, Fundo Elas+, Fundação Roberto Marinho, Fundo Positivo, Sitawi Finanças do Bem, Mattos Filho Advogados e Vetor Brasil/Instituto Gesto.

“Desde o ano passado, especialmente por ocasião da COP27, a filantropia brasileira vem assumido iniciativas mais ousadas no enfrentamento às mudanças climáticas”, destaca Cassio França. O secretário-geral do Gife observa que o Brasil é o primeiro país do sul global a fazer este movimento de mobilização por meio de um compromisso nacional da filantropia. Até agora, apenas países do norte se mobilizaram desta forma, como Canadá, Espanha, França, Itália e Reino Unido.

“O Investimento Social Privado pode e deve oferecer contribuições relevantes para que a justiça climática, um dos pilares de nossa atuação, seja realmente assegurada no Brasil, no sul global e em todo o mundo”, ressalta o secretário-geral do GIFE.

O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas agrega parcela robusta do ISP no Brasil. Há 28 anos, o Gife conecta e mobiliza empresas, institutos e fundações para que elas invistam recursos próprios e/ou executem ações e projetos de interesse público nos segmentos de saúde, equidade racial e de gênero, educação, justiça climática, sustentabilidade e apoio à juventude, entre outros.

Só em 2022, foram mobilizados R$ 4,8 bilhões para ações filantrópicas, por instituições associadas ao Gife. Quando comparado a 2019, este Investimento social privado atingiu crescimento superior a 30%, conforme revelaram dados do novo Censo Gife, apresentados pela entidade na última semana.


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