Nesta quarta-feira (12), ocorrerá a intensificação de um sistema de baixa pressão, resultando na formação de um ciclone extratropical no litoral da Região Sul do país.
Nos últimos dias, a Região Sul já tem enfrentado tempestades devido a um fenômeno meteorológico chamado “cavado“.
Além de trazer chuvas intensas, esse fenômeno tem causado queda de granizo e ventos fortes em várias cidades, resultando em diversos danos, especialmente no Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina.
Esse sistema continuará ativo entre hoje e amanhã à noite, trazendo chuvas volumosas, especialmente na faixa leste do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina, onde os acumulados podem ultrapassar 100 mm nas próximas 24 horas.
O ciclone representa um risco de deslizamentos, alagamentos, quedas de barreiras e também o acamamento das lavouras devido às rajadas de vento, que podem ultrapassar 100 km/h.
Esse sistema irá gerar instabilidades em médios e altos níveis da atmosfera, mantendo o alerta para ventos fortes e queda de granizo nos próximos 36 horas nos três estados do Sul.
Como resultado, as atividades em campo serão comprometidas, atrasando principalmente a semeadura do trigo na região e representando um risco para as lavouras de citros e hortaliças devido ao granizo.
Massa de ar frio
Após a passagem desse sistema, entre as madrugadas dos dias 14 e 15, uma massa de ar mais frio ingressará nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, afetando as áreas de produção e aumentando o risco de geada em áreas de baixada do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, onde as temperaturas mínimas deverão variar em torno de 3°C a 5°C, com pontos mais baixos podendo chegar a 0°C em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mas o que é um ciclone extratropical?
Um ciclone extratropical é um sistema meteorológico de baixa pressão que ocorre em regiões de médias e altas latitudes.
Ele é chamado de “extratropical” porque se forma fora das regiões tropicais, onde os ciclones tropicais, como furacões e tufões, se desenvolvem.
Um ciclone extratropical é caracterizado por uma área de baixa pressão no centro, com ventos girando no sentido anti-horário no hemisfério norte e no sentido horário no hemisfério sul.
Esses ciclones estão frequentemente associados a frentes meteorológicas, que são zonas de transição entre massas de ar de diferentes temperaturas e umidades.
Os ciclones extratropicais podem se formar e se intensificar quando há uma diferença acentuada de temperatura entre massas de ar, resultando em um gradiente de pressão pronunciado.
Conforme o ciclone se desenvolve, os ventos ao redor do sistema se intensificam, podendo causar tempestades, chuvas intensas, ventos fortes e até queda de granizo.
Em outras palavras, o ciclone extratropical está mais relacionado ao contraste entre uma massa de ar quente e úmido e uma massa de ar frio e seco, o que pode ocorrer tanto sobre continentes (como é o caso na Região Sul) quanto sobre o oceano.
Basicamente, a diferença entre furacões, ciclones e tufões é a latitude e o oceano em que se originam.
Eles dependem de uma temperatura de superfície oceânica elevada (acima de 26,5°C) para se formar, pois isso fornece calor e umidade que servem de combustível para esses sistemas.