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SECA

Após 60 anos, Rio Paraguai supera mínima histórica e chega à cota de -62 cm

Marca foi registrada na estação de referência em Ladário, município de Mato Grosso do Sul

monitor de secas
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A seca no Pantanal já é a mais grave da história. No sábado (12), o Rio Paraguai atingiu a cota de 62 cm negativos na estação de referência em Ladário (MS), conforme indica o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

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Essa marca superou o recorde anterior de -61 cm, observado no ano de 1964. O monitoramento na estação começou em 1900 e, nestes 124 anos, o rio nunca esteve com níveis tão baixos.

O cenário confirma o prognóstico do SGB. Desde fevereiro, os pesquisadores alertam sobre a possibilidade de se chegar a uma mínima histórica na região. “Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal durante toda estação chuvosa, desde outubro de 2023. Por isso, temos alertado sobre esse processo que se desenhava na bacia”, explica o pesquisador Marcus Suassuna.

Durante a estação chuvosa, de outubro de 2023 a setembro de 2024, foi registrado um déficit acumulado de 395 mm de chuvas. O total estimado foi de 702 mm, enquanto a média esperada seria de 1.097 mm. De 2020 a 2024, o déficit acumulado foi de aproximadamente 1.020 mm, valor equivalente ao total de um ano hidrológico, ou seja, é como se, nos últimos 5 anos, tivesse faltado um ano inteiro de chuvas.

A estação de Ladário, localizada próximo a Corumbá (MS), é importante para a compreensão sobre a seca no Pantanal por duas razões. Primeiro, por ter a série de dados mais longa da bacia, o que é fundamental para analisar o comportamento do rio e embasar previsões. As informações sobre as cotas em Ladário são registradas desde 1900.

Além disso, a estação serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições. Recuperação será lenta De acordo com as projeções do SGB, apesar de já serem observadas chuvas na região do Pantanal, a recuperação dos níveis na Bacia do Rio Paraguai será lenta. Ladário (MS) deve ficar abaixo de zero até a segunda quinzena de novembro, aproximadamente.

Esse valor não significa a ausência de água no leito do rio. As cotas são definidas com base em medições históricas e considerações locais. Mesmo quando são registrados valores negativos, em alguns casos, ainda há uma profundidade significativa. “Observamos que o ritmo de descida do rio tem diminuído consideravelmente e estava estabilizado desde a última segunda-feira (7) em razão dessas primeiras chuvas da estação chuvosa. As precipitações devem continuar, mas não em ritmo muito forte que vá contribuir para subidas rápidas neste trecho e em toda a bacia”, analisa Suassuna.

Outras estações também registraram mínimas históricas. Em Porto Murtinho (MS), o rio chegou à cota de 62 cm, e em Barra do Bugres (MT), registrou 22 cm. Apoio aos municípios Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas) em períodos de crises hídricas. O Siagas é um banco de dados que reúne informações de poços perfurados no Brasil, com mais de 371 mil cadastrados, sendo 14 mil na região Centro-Oeste. Disponível para consulta pública, o sistema apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo, permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades.

Esse projeto é fundamental para a gestão de políticas públicas, tanto em nível nacional como estadual e sub-regional. Parceria O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma Sace. As informações partem do Núcleo de Comunicação do Serviço Geológico do Brasil.

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