A formação de um bloqueio atmosférico sobre o Brasil central está resultando em uma semana de calor intenso e ausência de chuvas em grande parte do país. As temperaturas máximas já estão elevadas, com registros de 37 ºC em Mato Grosso e 34 ºC no interior do Matopiba (área de Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Um panorama que deve se manter até o fim da semana, de acordo com o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.
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Em Unaí, Minas Gerais, as máximas estão em torno de 31 ºC. Apesar de não atingir os mesmos níveis de outras regiões, a ausência de chuvas persiste, o que é típico para o período, embora os produtores locais sempre esperem por pequenas precipitações que não devem ocorrer.
Segundo Müller, as temperaturas tendem a se manter estáveis até o fim de junho, com um aumento previsto posteriormente, alcançando até 33 ºC. A partir do dia 16, espera-se uma nova frente fria, trazendo um pouco de ar frio e mínimas de 11 ºC. No entanto, não há previsão de geadas no Sudeste.
Tempo seco e calor
No Centro-Oeste, o tempo continua firme e seco. A umidade relativa do ar pode ficar baixa durante as horas mais quentes do dia, aumentando o risco de focos de incêndio, afirma o meteorologista.
No Nordeste, a circulação de ventos do oceano contra a costa continua favorecendo chuvas ao longo da faixa leste, especialmente no litoral norte da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) mantém instabilidades desde o Rio Grande do Norte até o Maranhão, com chuvas a qualquer hora.
Norte tem pancadas de chuva
No Norte, o tempo permanece nublado com chuvas a qualquer hora no norte e noroeste do Amazonas, oeste e noroeste de Roraima, e norte e leste do Amapá. Nas demais áreas, há pancadas de chuva alternadas com períodos de melhoria, informa Müller.
O tempo firme predomina na metade leste e sul do Acre, sul e sudeste do Amazonas, Rondônia, sul do Pará e metade sul do Tocantins.
Próximos dias: mudanças climáticas à vista
Nas próximas 24 horas, a chuva permanece localizada entre o Norte e o Nordeste, de acordo com o meteorologista do Canal Rural, enquanto no Sul não há previsão de chuvas devido ao bloqueio atmosférico estabelecido no Centro-Sul do país, que inibe a formação de nuvens carregadas.
Nos próximos cinco dias, o panorama não muda significativamente, com chuvas concentradas no Norte e Nordeste, com volumes de 30 a 50 mm em cinco dias, diz Müller. Isso não prejudica os trabalhos no campo e ajuda a manter a umidade do solo. No entanto, preocupa as áreas de milho de segunda safra no Centro-Sul, onde as lavouras estão em fase de enchimento de grãos.
A partir do período de 16 a 20 de junho, uma nova frente fria avançará, trazendo chuvas para a região Sul. A partir de sexta-feira (15), há risco de tempo severo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com chuvas volumosas acumulando de 80 a 100 mm em três dias, o que pode provocar alagamentos. O risco maior será para tempestades severas com granizo e ventos intensos.
A chuva também chegará ao oeste do Paraná, com volumes elevados em Santa Cruz do Sul, somando quase 100 mm em três dias. As chuvas devem persistir até o fim de junho, indicando um início de julho mais seco.
No Sudeste, devido ao bloqueio atmosférico, a chuva não avança e permanece no Espírito Santo e na faixa leste de Minas Gerais, com volumes de até 20 mm em cinco dias, de acordo com o meteorologista do Canal Rural. Em Itapeva, São Paulo, a chance de chuva retorna apenas no final da primeira quinzena de julho, acumulando cerca de 30 mm.
Prevenção de incêndios
A ausência de chuvas e as altas temperaturas aumentam o risco de incêndios em áreas como Mato Grosso do Sul e outras regiões do Centro-Oeste. Para as culturas de inverno, as altas temperaturas e a falta de chuva podem impactar negativamente a produtividade.
A previsão indica que algumas áreas de trigo no Paraná e em Mato Grosso do Sul receberão chuvas, mas a cobertura não será uniforme devido ao bloqueio atmosférico. A elevação das temperaturas acelera o crescimento das culturas, o que pode diminuir a produtividade final.