Algumas áreas de soja do Paraná já receberam 600 milímetros de chuva em pouco mais de um mês, de acordo com dados da Somar Meteorologia. O normal para o período seria algo em torno de 150 milímetros. Esse excesso de umidade pode trazer transtornos para os produtores do estado, que começaram a colher agora.
A safra foi preocupante para os produtores que tiveram seca no início do plantio. Em dezembro, as chuvas retornaram com mais volume e principalmente em janeiro que se mostrou extremamente chuvoso em praticamente todo o estado. “A situação é mais preocupante no sul do estado, oeste do Paraná e sudoeste, região de Pato Branco e Francisco Beltrão”, diz o economista Marcelo Garrido, do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná.
O último relatório do Deral de janeiro estima uma produção de 20,4 milhões de toneladas. “Lembrando que esta é uma avaliação feita mensalmente e dependendo do clima das próximas semanas podemos ter alguma alteração em relação à produtividade e principalmente qualidade”, diz ele.
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Chuva vai migrar
O clima está prestes a mudar nesta quinta-feira, 4, em boa parte do Brasil. As chuvas vão deixar de ficar concentradas no Sul e vão passar a acontecer entre o Sudeste e Centro-Oeste, até caracterizando uma invernada nos próximos dias, com volumes próximos de 100 milímetros nas áreas mais secas de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
“Só para se ter uma ideia, depois do calorão registrado em lavouras e pastagens de Minas Gerais na última semana, a tendência é termos máximas de apenas 25 °C no próximo domingo, 7, por causa do excesso de nebulosidade e chuva”, afirma Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
Uberlândia, no Triângulo Mineiro, terá acumulado de 180 milímetros em 15 dias. Sorriso, em Mato Grosso, terá quase 150 milímetros com o pior período entre os dias 5 e 14 de fevereiro.
“Boa parte da colheita de soja não irrigada acontecerá em fevereiro, justamente no momento em que a chuva se intensifica. Tudo isso atrasa ainda mais a instalação do milho e algodão segunda safra”, lembra Oliveira.
Nas próximas 24 horas, ainda chove forte em trechos do Sul do Brasil. Na terça-feira, 2, além da chuva, há previsão de trovoadas e não se descarta eventual granizo nos três estados da região. Os maiores volumes e o risco para transtornos como alagamentos persiste numa faixa que vai do norte do Rio Grande do Sul ao sudoeste do Paraná. Até o fim desta semana, além do Sudeste e Centro-Oeste, a chuva também vai alcançar áreas de soja do Matopiba e beneficiar principalmente os produtores da Bahia que estavam com o tempo mais seco.