Devido às fortes chuvas que há semanas atingem Minas Gerais, o trânsito de veículos pelas estradas estaduais e federais que cortam o estado está parcial ou integralmente interrompido em ao menos 121 pontos.
Levantamento realizado pelas Polícias Militar (PM) e Rodoviária Federal (PRF) indica que, às 9h30 desta terça-feira (11), havia, em todo o estado, 87 pontos onde o fluxo de veículos foi interditado parcialmente e 34 por onde é impossível passar.
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As regiões central e oeste do estado concentram o maior número de bloqueios causados por deslizamentos de terra, quedas de barreira, árvores ou pedras nas pistas, buracos e outras consequências das chuvas e de seus reflexos, como a cheia de rios.
As autoridades recomendam que as pessoas só utilizem as rodovias mineiras em caso de extrema necessidade. E que, se pegarem à estrada, dirijam com extrema cautela, atentas às condições ao redor da pista.
Em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, um acidente envolvendo um veículo atingido por um deslizamento de terra custou a vida de cinco pessoas de uma mesma família. Entre as vítimas está a professora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), Deisy Lúcia Cardoso Alexandrino Santos, de 40 anos de idade; seu marido, Henrique Alexandrino dos Santos, 41, e os filhos do casal, Vitor Cardoso e Ana Alexandrino dos Santos, de, respectivamente, 6 e 3 anos de idade, além de Geovane Vieira Ferreira, 42.
Segundo a Defesa Civil estadual, 145 dos 853 municípios mineiros estão em situação de emergência – número que tende a aumentar, já que as condições meteorológicas indicam a possibilidade de chuvas de moderadas a fortes continuarem atingindo o estado nos próximos dias, ampliando os estragos em cidades já muito afetadas.
Desde o início da estação chuvosa – que, este ano, começou em outubro, um mês antes que o habitual – ao menos 19 pessoas já perderam suas vidas devido às chuvas e suas consequências. Neste número não estão incluídas as dez mortes causadas pelo desprendimento de um bloco de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), no último sábado (8). As causas desta tragédia ainda estão sendo apuradas, mas autoridades estaduais já anteciparam que parte do paredão rochoso pode ter ruído por efeito da ação das águas.
De 1º de outubro até esta manhã (11), 13.756 pessoas foram desalojadas pelas consequências das chuvas, em todo o estado, e tiveram que ser acolhidas na casa de parentes, amigos, vizinhos ou em hospedagens particulares. Outras 3.481 pessoas ficaram desabrigadas, tendo que, em algum momento, ir para abrigos públicos.
Faltando ainda quase três meses para o fim do atual período chuvoso no estado, o número de pessoas desabrigadas já é mais de duas vezes superior ao total de 1.608 registrados em Minas Gerais entre novembro de 2020 e março de 2021. O número de cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública na atual temporada também é mais que o dobro do resultado (58) do período anterior.
Chuvas ligam o alerta em barragens
Técnicos dos órgãos públicos responsáveis por fiscalizar as barragens de mineração existentes em Minas Gerais fizeram vistorias, na manhã desta terça (11), na chamada Barragem B2, localizada na cidade de Rio Acima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Em nota, a empresa Minérios Nacional informa que acionou o nível 2 de emergência da estrutura devido às consequências do grande volume de chuvas que há semanas atinge o estado. Segundo a Defesa Civil estadual, o nível 2 não indica risco iminente de rompimento da barragem. Ainda assim, o local está passando por uma vistoria técnica.
Controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (SCN), a Minérios Nacional afirma que não há pessoas morando na chamada Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem, ou seja, na região imediatamente abaixo da estrutura. Informação confirmada pela Defesa Civil estadual.