Com formação de bloqueio atmosférico, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai permanecerão prolongado período sob calor, pouca chuva e com umidade do solo cada vez mais baixa, podendo prejudicar o plantio do milho safrinha.
Apesar do enfraquecimento da chuva na última semana de fevereiro, o mês terminou com precipitação bem acima do normal em partes das Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte; e abaixo da média no Sul e Nordeste.
Para o agronegócio, isso significou um ritmo de colheita de soja e plantio de milho segunda safra um pouco mais lento em Mato Grosso, por exemplo.
No Sul, em fevereiro, voltou a chover forte sobre o Rio Grande do Sul, mas a precipitação ainda foi fraca no Paraná, São Paulo e de Mato Grosso do Sul.
Março
O Rio Grande do Sul vive a expectativa de chuva abrangente sobre o estado, já que 83% da soja está em fase reprodutiva e uma precipitação intensa pode amenizar o prejuízo atual.
Neste domingo (27), Uruguaiana registrou a maior temperatura desde o início das medições em todo o Rio Grande do Sul com 42,9°C. São mais de 110 anos de informações e em nenhum momento fez tanto calor no estado.
Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul ficaram no “nem-nem”: nem receberam chuvas fortes nas últimas semanas e nem receberão chuva forte tão cedo.
Apesar do plantio da segunda safra de milho alcançar 77%, a umidade do solo está abaixo do ideal para germinação e desenvolvimento inicial, além do calor intenso.
Laranjais precisam de irrigação complementar e a instalação da cana de açúcar avança em ritmo mais lento que o desejável especialmente em áreas arenosas e sem irrigação complementar.
O acumulado previsto para os próximos sete dias não é extremo e varia entre 50 mm e 100 mm no centro, sul e oeste do Paraná, em Santa Catarina, no norte do Rio Grande do Sul e na fronteira com o Uruguai.
Apesar de alcançar o Paraná, a chuva não alcança áreas majoritárias de segunda safra de milho do oeste do estado.
O norte do Paraná também permanecerá sob pouca chuva. Além disso, na maior parte do Rio Grande do Sul, após a chuva desta segunda-feira, espera-se pouca precipitação até o fim de semana.
Em Mato Grosso do Sul e em boa parte da Região Sudeste, há previsão de muito calor e pouca chuva. A umidade do solo está baixa e atrasa as atividades de plantio em São Paulo e em Mato Grosso do Sul.
Por outro lado, em Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Pará, há previsão de pancadas de chuva que não chegam a atrapalhar as atividades de campo na maior parte das localidades. Ainda assim, chama-se a atenção para os mais de 150mm previstos para a região de Marabá-PA e a manutenção do elevado nível do rio Tocantins.
No Matopiba e Nordeste em geral, há previsão de chuva acima da média para a semana no Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e norte da Bahia.
Na semana que vem, ainda há previsão de chuva forte sobre a Região Sul com acumulado acima dos 150 mm no Rio Grande do Sul.
A precipitação intensifica sobre o oeste do Paraná e norte de Mato Grosso do Sul, mas permanecerá escassa no sul de Mato Grosso do Sul, norte do Paraná, além de boa parte da Região Sudeste.
Além disso, há previsão de chuva forte sobre boa parte do Matopiba, leste do Pará, Goiás, Mato Grosso e Rondônia.
Dentro do período entre 13 e 20 de março, o bloqueio atmosférico “quebra” e a chuva avança para o centro e norte do Brasil com retorno das invernadas sobre partes das Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
A distribuição da chuva no mês de março será irregular.