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Falta de chuva já provoca déficit hídrico: confira a previsão

No Centro-Sul do Brasil, porém, o padrão de umidade tem aumentado em associação com a elevação de temperatura

A última semana foi marcada por condições de tempo firme e estável sobre grande parte das áreas agrícolas da Argentina, com exceção de pontos isolados ao norte, na região de Corrientes. A ausência de instabilidades fez com que praticamente todo o país tenha de encarar anomalias negativas de precipitação. Ou seja: em solo argentino, a falta de chuva já é responsável por um déficit hídrico.

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Na Argentina, a previsão para até a quinta-feira (13) indica condições de estabilidade, sem chuva nas áreas produtoras. Um dos fatores associados ao tempo seco é a persistência de instabilidades sobre o Sul do Brasil, sem previsão de novas frentes frias. Além disso, o fato de estar sobre condição de La Niña contribui para a irregularidade nas chuvas. De 14 a 18 de outubro, os modelos indicam pouco acumulado entre Córdoba e Tucuman.

Falta de chuva na Argentina; aumento da umidade no Brasil

pancadas de chuva - fim de setembro
Foto: Freepik

Enquanto a Argentina sofre com falta de chuva, o padrão de umidade vem aumentando no Centro-Sul do Brasil. Isso associado à gradativa elevação de temperatura, à participação da Amazônia e à maior frequência de frentes frias. Vale ressaltar que essa mudança ocorre aos poucos. Dessa forma, os modelos indicam aumento nos volumes e na regularidade das chuvas, especialmente entre o Sudeste e o Centro-Oeste.

Os mapas de chuva acumulada dos próximos dias indicam volumes elevados entre Santa Catarina e Paraná, com potencial para ocorrência de temporais e queda de granizo. No Paraná, o tempo instável atrapalha atividades de campo, especialmente no plantio de grãos, com volumes que podem ultrapassar 150 milímetros acumulados.

Destaque também para Mato Grosso do Sul e parte do Mato Grosso, que devem ser beneficiados com as chuvas acumuladas, trazendo uma umidade importante para a fase de plantio de grãos já iniciada sobre a região. Vale destacar que em Mato Grosso as chuvas seguem irregulares, principalmente no nordeste do estado.

Previsão para a próxima semana

outono - brasil - muito calor - pouca chuva - termômetro
Foto: Freepik

Para a semana seguinte, de 17 a 23 de outubro, os modelos indicam as áreas de chuva mais concentradas sobre o Sudeste e o Centro-Oeste, da faixa que desde o Rio de Janeiro até Mato Grosso. São são esperadas grandes variações nas temperaturas para o período.

Apesar de a primavera ter começado com temperaturas abaixo da média, o calor aumentará nas próximas semanas. Inclusive, picos de calor entre o Sudeste e o Centro-Oeste são aguardados. Espera-se nova queda de temperatura a partir da semana da próxima semana.

As instabilidades devem migrar mais ao norte do Brasil até o fim de outubro. Dessa forma, elas irão espalhar mais umidade à porção sul do Matopiba e chuva generalizada sobre Mato Grosso. Por outro lado, conforme esperado para a safra 22/23 com a presença da La Niña, as chuvas passam a ficar mais irregulares sobre o Sul, especialmente sobre o Rio Grande do Sul.

Na próxima semana existe, ainda, a tendência de aumento na umidade do solo desde Santa Catarina até a região Norte do país. Entre Minas Gerais e Goiás, com a previsão de tempo mais seco, a tendência é de redução na umidade do solo. O mapa de estiagem agrícola mostra que grande parte do Nordeste, incluindo Matopiba, e parte do Norte estão com mais de 100 dias sem a chamada “chuva agrícola”.

Por fim, as chuvas sobre São Paulo e Minas Gerais seguem com impactos positivos para as culturas do café e das frutas cítricas. Nesse sentido, o mesmo ocorre em relação ao plantio da safra de grãos.