O Sul do Brasil se beneficiou com algumas pancadas de chuva, especialmente em parte do Rio Grande do Sul, estado da região que apresenta o maior estresse hídrico. O problema é, de acordo com a previsão do tempo, que as altas temperaturas têm dificultado a manutenção desta umidade do solo. Na semana passada, várias áreas gaúchas registraram 40°C. Foram os casos, por exemplo, de Bagé, Quaraí, São Luiz Gonzaga e Uruguaiana. Na segunda-feira (12), Alegrete registrou 37,9°C, a maior temperatura estadual no dia.
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Mais uma vez a frente fria, que está passando pelo Sul do Brasil, vai avançar rapidamente pela costa do país. Dessa forma, ela deve ajudar na formação de um intenso corredor de umidade que vai caracterizar a zona de convergência do atlântico sul (ZCAS) no decorrer da semana sobre a metade norte do país.
Com isso, a partir desta quarta-feira (14) estão previstos volumes bastante expressivos de água sobre as áreas da metade norte do Sudeste, do Centro-Oeste, interior do Matopiba e áreas da faixa sul da região Norte. As regiões mais atingidas pelas chuvas fortes serão, de acordo com a Climatempo, o Espírito Santo, o norte de Minas Gerais, o norte de Goiás e o sul da Bahia. Nessa faixa há o risco elevado para transtornos nas lavouras. Isso porque o solo já se encontra encharcado nestas áreas. Há, nesse sentido, previsão para volumes que podem superar 150 milímetros no decorrer dos próximos sete dias.
Frente fria, calorão e mais chuvas
Nas demais áreas de Minas Gerais (como é o caso do Triângulo), no sul de Goiás e, principalmente, no interior de Mato Grosso e Rondônia, as chuvas devem ocorrer com moderada intensidade e de forma mais abrangente. Assim, elas devem ser benéficas para as lavouras de soja. No Sul do Brasil, além das chuvas que ainda devem atingir Santa Catarina e Paraná de forma isolada, novas instabilidades voltam a se propagar a partir do próximo fim de semana. Entretanto, mais uma vez, os acumulados devem acontecer com moderada intensidade apenas entre o norte gaúcho e interior de Santa Catarina e Paraná.
Nessas áreas sulistas, a chuva ajuda na recuperação e manutenção da umidade do solo para o desenvolvimento das lavouras de verão. Além disso, áreas de São Paulo e Mato Grosso do Sul devem receber chuvas mais mal distribuídas. Ainda assim, os episódios isolados também devem ajudar na manutenção da umidade no solo. No interior gaúcho, no entanto, vai continuar com muita irregularidade das chuvas.
Especialmente no meio-oeste do estado gaúcho não tem previsão para chuva significativa no decorrer dos próximos 15 dias. Essa condição de tempo seco e temperaturas bastante elevadas, que devem voltar a se aproximar dos 40°C no decorrer dos próximos períodos, contribuem para um déficit hídrico cada vez mais acentuado, o que deve aumentar o risco para a produtividade das lavouras de soja, arroz, da primeira safra de milho e do tabaco.
Previsão do tempo para o Natal
No período de 20 a 26 de dezembro as chuvas tendem a ficar concentradas sobre a metade norte do Brasil. A previsão do tempo indica para a ocorrência de volumes acima do que é normal para época do ano entre o Espírito Santo, centro e norte de Minas Gerais, metade norte de Goiás, interior de Mato Grosso e no interior das regiões Norte e Nordeste.
Nestas áreas, as chuvas devem ser persistentes. E há, contudo, previsão para declínio das temperaturas máximas, o que indica risco de invernada que deve paralisar atividades no campo. Enquanto isso, o interior da região Sul, o estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de áreas do Triângulo Mineiro e extremo sul de Goiás, devem enfrentar um período com poucas chuvas e muito calor.
Por fim, as chuvas devem retornar de forma mais intensa e generalizada para o Centro-Sul do país entre os últimos dias de dezembro e o início de janeiro de 2023.
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