Nesta quinta-feira, 17, foi registrada chuva preta na faixa sul do Paraná, na cidade de União da Vitória. O fenômeno acontece porque a fumaça e a fuligem das queimadas acaba se misturando com a água, deixando-a escura. A região do Pantanal, que engloba o sul de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso, tem vivido o pior cenário dos focos de incêndio dos últimos 22 anos.
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Por conta das correntes de jato de baixos níveis, que são ventos na atmosfera a cerca de 2 km de altura, estas substâncias particuladas conseguem ser transportadas de um estado para outro. As correntes de jato também são as responsáveis por transportar a umidade proveniente da Floresta Amazônica e alimentar as frentes frias que surgem no sul. “É importante ressaltar que a gente não vê a chuva caindo preta, mas quando o volume é acumulado em algum pote, por exemplo, a fuligem decanta e você consegue ver a água escura”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
Para esta sexta-feira, 18, há risco de chuva preta no norte do Paraná, e no sábado, 19, em trechos do Sudeste. O fenômeno ocorrerá porque a região terá o retornos das instabilidades, poucos dias antes da primavera. Há previsão de temporais em Mato Grosso do Sul, noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e também no Pantanal.
“A chuva no Pantanal não vai conseguir reverter a situação das queimadas porque será uma chuva bem típica de primavera, trazendo mais tempestade e descargas elétricas do que altos volumes propriamente dito”, explica Celso Oliveira. Segundo ele, essas descargas elétricas, inclusive, podem gerar novos focos de incêndio nas áreas já afetadas.