A madrugada mais fria do ano no Centro-Sul trouxe registro de geadas em algumas regiões agrícolas do Paraná. De acordo com a Somar Meteorologia, lavouras de feijão e hortaliças registraram o fenômeno, assim como o milho segunda safra em Campo Mourão. As temperaturas ficaram baixas também no entorno de Cascavel e em Laranjeiras do Sul.
“O destaque de temperatura baixa foi em Santa Catarina, onde Urupema registrou -1 ºC, e no Paraná, onde em General Carneiro a mínima ficou em -1 ºC também. Em São Mateus do Sul, também tivemos temperaturas negativas”, explica Celso Oliveira, agrometeorologista da Somar.
Em um vídeo, o produtor Lucas Carvalho, de Mamborê (PR), mostra uma lavoura de feijão afetada pela geada. “O feijao ja vinha sentindo a estiagem e agora vem a geada”, disse. O assunto também foi comentado no Twitter. Na rede, houve relatos de geada em Chapecó.
GEADA EM CHAPECÓ COM MÍNIMA -0,7ºC.
Piter Scheuer e Ronaldo Coutinho pic.twitter.com/XwpuIcTyIW
— Meteorologista Piter Scheuer (@Piter_Scheuer) May 7, 2020
A expectativa é que o frio continue na região nesta sexta-feira, 8, com potencial de geada mais fraca em áreas altas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e em algumas áreas do Pantanal. “Posteriormente, o frio acaba perdendo intensidade já no fim de semana”, afirma.
Chuva
A frente fria que saiu do Sul e agora avaça pelo Brasil causou chuvas irregulares em Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Já em Mato Grosso, as precipitações foram melhores e ajudou a safra de algodão. “Em Parecis, choveu bem, assim como em Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop”, diz Oliveira.
Por outro lado, onde as precipitações não foram suficientes, como em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, o milho segunda safra pode perder produtividade. “A situação é irregular, tem gente que está comemorando mas a maioria recebeu pouca chuva e a situação continua se agravando, principalmente para o milho safrinha”.
A Somar Meteorologia afirma que um outro sistema pode trazer chuvas ao Rio Grande do Sul, oeste e sul de Santa Catarina e principalmente em Mato Grosso do Sul, onde neste último estado os acumulados podem ser maiores, entre 12 e 16 de maio. “Ainda não há outra onda de frio [nos próximos dias], mas sabemos que terá uma mais acentuada na virada de maio para junho”, comenta.