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ESTIAGEM PROLONGADA

Interior do Brasil pede por chuva, mas La Niña vai atrasar umidade

Previsão de frente fria não é suficiente para reverter déficit hídrico nas regiões afetadas

mapa de ação do La Niña no Brasil
Foto: Canal Rural/reprodução

A falta de chuvas está gerando grande preocupação entre os agricultores do interior do Brasil. Lavouras de milho e sorgo sofrem com a estiagem prolongada, resultando em perdas significativas. Em Nuporanga (SP), a colheita do milho atingiu 90%, mas a produtividade está bem abaixo do esperado. Em Mato Grosso do Sul, algumas áreas estão há 100 dias sem chuva, enquanto em Goioerê (PR) a perda de produtividade do milho chega a 40% devido à seca.

De acordo com a jornalista Luiza Cardoso, da Canal Rural, o fenômeno La Niña é o principal responsável pelo atraso das chuvas. “O La Niña ocorre quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial estão mais frias do que o normal, afetando a circulação dos ventos e alterando os padrões de chuva e temperatura em todo o mundo, incluindo o Brasil”, diz.

Impactos do fenômeno La Niña

Os mapas meteorológicos indicam que o fenômeno La Niña deve ganhar força até a primavera. “Atualmente, estamos em um período de neutralidade, mas a partir de agosto, a La Niña começa a influenciar o clima, podendo atrasar as chuvas na primavera, especialmente no Centro-Oeste e causar estiagens no Sul do Brasil durante o verão”, destaca Luiza Cardoso.

Nos últimos três anos, o Brasil enfrentou consecutivos episódios de La Niña, que causaram secas severas em várias regiões produtoras do Sul. Após um período de El Niño, que trouxe chuvas abundantes no ano passado, a volta do La Niña deve reduzir novamente o padrão de chuvas na região.

Previsão do tempo

As imagens de satélite indicam que a frente fria que avança pelo país não é forte o suficiente para romper o bloqueio atmosférico, mantendo o tempo firme na maior parte do Brasil. “Há chuva apenas nas extremidades do país, como no Norte e na costa leste do Nordeste, de forma isolada e com volumes acumulados pouco significativos”, comenta Luiza.

As temperaturas continuam acima do normal, com máximas de 32 °C em Campo Grande (MS), 35 °C em Palmas (TO) e 27 °C em São Paulo. A umidade do solo está baixa em áreas de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, prejudicando a segunda safra do milho.

Perspectivas para as próximas semanas

Apesar da previsão de uma frente fria rompendo o bloqueio atmosférico na virada do mês, as chuvas que devem ocorrer em Mato Grosso e Rondônia não serão suficientes para reverter o déficit hídrico.

“A partir do período entre 5 e 9 de agosto, a chuva pode ser mais expressiva no Sul do Brasil”, afirma Luiza. Contudo, a passagem da frente fria trará uma massa de ar frio, aumentando o risco de geada em áreas produtoras de Bagé, no Rio Grande do Sul, na próxima terça-feira (30).

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