No Brasil, o La Niña pode trazer chuvas extras para áreas do Norte e do Nordeste a partir da primavera/verão.
No período em que o fenômeno climático ocorre, o país tende a ter boa produtividade de soja, apesar dos atrasos no plantio e na colheita, por causa do excesso de chuvas. Esses atrasos fazem com que o milho seja plantado tardiamente, o que representa um risco para a produção do cereal, já que a chuva pode cortar antes e impactar a fase de desenvolvimento e enchimento de grãos.
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A ocorrência do fenômeno também pode sinalizar problemas para as culturas argentinas de milho e soja, assim como para os produtores de gado, que dependem dessas culturas para alimentação. A Argentina é o terceiro maior fornecedor mundial de milho e o maior exportador de farelo de soja, usado na alimentação do gado.
A semeadura de milho no país vizinho começa no início de setembro. A primeira safra de soja é plantada ali a partir de outubro e a outra, a partir de janeiro. Como a projeção do NOAA em seu último relatório aponta para 65% de chance da La Niña voltar no trimestre de agosto a outubro, isso representa um impacto direto em toda a produção argentina da safra 2024/25 de soja e milho.
La Niña dos EUA
Nos Estados Unidos, os invernos com La Niña tendem a trazer condições mais secas do que o normal em diversas regiões, incluindo partes do sul do Texas, Costa do Golfo, Flórida e Califórnia. O período entre julho de 2020 e fevereiro de 2023 nessas áreas foi considerado o de pior estiagem, impactando lavouras de grãos e pastagens.
O La Niña também tende a trazer condições mais úmidas do que o normal no noroeste do Pacífico e em partes das planícies do norte dos EUA, no vale de Ohio e nos Grandes Lagos.
É importante lembrar que o La Niña não garante um resultado climático, mas aumenta as chances de ocorrência de certas tendências.