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Tempo

La Niña favorece ondas de frio; entenda por que o fenômeno dura mais que El Niño

Incursão das massas de ar de polar no Brasil se torna mais frequente em anos de La Niña; o vigente começou a se configurar em 2020

A incursão das massas de ar de origem polar se torna mais frequente em anos de La Niña, e este que está vigente começou a se configurar no trimestre formado por julho, agosto e setembro de 2020. Já estamos praticamente há dois anos sob a influência climática desse resfriamento anômalo das águas do oceano Pacífico equatorial. De acordo com os registros do Departamento de Meteorologia dos Estados Unidos (NOAA), o La Niña tem duração de 1 a 3 anos; já os eventos de El Niño duram de 9 a 12 meses.

E qual será a razão de fenômenos La Niña durarem mais? De acordo com o meteorologista Willians Bini, da Climatempo, na natureza, o processo de aquecimento é mais demorado e demanda mais energia do que o processo de resfriamento. “Quando as águas do oceano estão frias ,demoram mais para esquentar. Mas, quando estão quentes, resfriam mais rapidamente”, diz Bini. Esta seria a explicação de um La Niña durar mais tempo.

Outra teoria sobre La Niña

No entanto, existem outras teorias de acordo com a ordem natural da circulação do oceano e da atmosfera. Os chamados ventos alísios sopram da América do Sul em direção à Austrália, e a água mais quente, que é superficial, fica “empilhada” na Austrália e, na América do Sul, a água mais fria ressurge do fundo do oceano. Ainda não existe um estudo que explique exatamente a razão disso.

“Quando estamos com muito tempo de La Niña, é muito mais difícil os ventos alísios perderem força para deixar a água mais quente escoar para a América do Sul e diminuir a intensidade do fenômeno ou até mesmo virar um El Niño”, afirma a meteorologista Desirée Brandt. Segundo ela, o La Niña é mais favorecido pelo movimento natural da Terra.

Existem muitas hipóteses sobre o que ajuda manter a manutenção do La Niña, mais do que o La Niña. Fato é que, mesmo para os grandes especialistas, vale a máxima de Shakespeare citada pela meteorologista: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. A expectativa é que o La Niña vigente dure até o início de 2023.

Geada

A semana começou com geada em lavouras de milho e feijão do Paraná. Em Palotina, no oeste do estado, a temperatura chegou a -0,1 °C. Já em São Paulo, diversas cidades registraram entre 1 °C e 2°C, com ocorrência de geada em áreas de cana-de-açúcar e de hortifrúti. Em Itapetininga, no centro-sul paulista, a mínima registrada foi de apenas 0,7°C.

Para esta terça-feira (14), ainda há risco de geadas em áreas do Sul e em parte de São Paulo, incluindo o norte do estado. Já as áreas de café do sul de Minas Gerais devem se ver livres desse risco, pois as mínimas previstas giram em torno de 5 °C, de acordo com a Climatempo.

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