Começamos o ano com mais um recorde de temperatura global. Segundo a agência de monitoramento climático Copernicus, 2024 foi o ano mais quente já registrado na história, superando 2023. Foi a primeira que vez na era moderna que experimentamos por 12 meses consecutivos o aquecimento médio global acima de 1,5 ºC, o que joga um “balde de água quente” nas metas do Acordo de Paris.
Diversos eventos extremos ocorreram em todo o globo nos últimso dois anos, e isso gera insegurança no agronégocio. A grande pergunta deste começo de ano é: o que esperar de 2025?
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A tendência de aquecimento do planeta permanece, já que as águas de superficie dos oceanos em todo o globo continuam aquecidas e, ano após ano, a emissão de CO2 para atmosfera só aumenta. Assim, já de antemão, sabemos que quando as chuvas cortarem no centro-norte do Brasil, a temperatura máxima irá voltar para a casa de 40 °C a 42 ºC. Deve também haver novo atraso do período chuvoso para implementação da safra de verão no Sudeste, Norte e Nordeste.
Recentemente, a Administração Oceânica e Atmosférica Naciona (NOAA), ligado ao governo dos Estados Unidos, confirmou o retorno da La Niña, com breve duração até março de 2025. Porém, os impactos do fenômeno vão ser breves. Haverá baixo volume de chuva no centro-sul do Rio Grande do Sul e excesso de chuva nas regiões Sudeste e Centro-Oeste neste começo de ano. As condições trazem problemas para o produtor rural dessas áreas, pois atrasarão a colheita da soja e, consequentemente, também o ínicio da semeadura do milho segunda safra.
Por outro lado, o cenário ajuda a levar um bom volume de chuva para o Matopiba, onde a projeção é de uma boa safra.
Problemas de queimadas e seca na país devem se repetir a partir da segunda metade do ano, já que o boletim da agência NOAA apesar indica águas aquecidas no Pacífico Equatorial a partir de primavera, o que possivelmente indica o retorno do El Ninõ para o ultimo trimestre de 2025.
Veja a seguir o que esperar do clima em todas as regiões do Brasil neste ano.
Sul
A tendência indica regularidade nas chuvas no Paraná até a primeira metade do ano, o que também vale para Santa Catarina.
Situação mais crítica deve ser enfrentada pelo sul e oeste do Rio Grande do Sul, que, além do calor neste primeiro trimestre, devem contar com chuvas irregulares e abaixo da média. O que deve ter impactos significativos nas lavouras de verão.
Sudeste
Os estados da região devem enfrentar problemas nos primeiros quatro ou cinco meses do ano com o excesso de chuvas. Dessa forma, as operações em campo devem sofrer atrasos desde o manejo e tratamento fitosanitário até o momento da colheita e implementação da segunda safra.
O café continua sendo prejudicado pelo execesso de umidade, mas para as lavouras de cana-de-açúcar, a tendência é de bom desenvolvimento. Há previsão de problemas durante a moagem, a partir de abril, justamente pelo fato de a chuva cortar mais tarde neste ano.
Centro-Oeste
Até abril ou maio, os três estados da região podem enfrentar excesso de chuva, com atraso nas operações de campo.
As lavouras em Mato Grosso e Goiás devem perder produtividade na safra de verão, devido à falta de luminosidade e da dificuldade em serem realizados os tratos culturais.
Nordeste
Como ocorre no Sudeste e no Centro-Oeste, os primeiros meses de 2025 devem trazer desafios à aplicação dos tratos culturais, em função da chuva em excesso.
Os estados que potencialmente terão mais problemas devido ao volume de água são o Maranhão e o Piauí.
A projeção é de uma safra boa na Bahia e nos demais estados da faixa leste da região.
Norte
O Tocantins é outro estado que deve receber muito volume de chuva até abril ou maio. Já no Pará, a chuva deve se concentrar principalmente na porção centro-sul do estado, ficando mais irregular na porção norte, o que pode impactar diretamente a produção de importantes munícipios produtores, como Paragominas e Santarém.
Em Rondônia, as chuvas regulares vão ajudar tanto a pecuária, com a recuperação das pastagens, quanto as lavouras em desenvolvimento.