Um estudo sobre os rios subterrâneos em Mato Grosso, um dos maiores produtores agrícolas do Brasil, sugere que o estado poderia incluir uma terceira safra em até dez anos. Atualmente, a área irrigada em Mato Grosso é de 300 mil hectares, mas, com planejamento e pesquisa, esse número poderia aumentar para 3 milhões de hectares. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, César Miranda, as áreas mais suscetíveis ao déficit hídrico seriam as mais beneficiadas com a irrigação.
Arthur Müller, meteorologista do Canal Rural, comentou sobre o impacto da redução das chuvas e a possibilidade de irrigação como solução temporária. “A curto prazo, pode ser uma boa notícia para os produtores, mas a água subterrânea também depende das chuvas para se renovar”, afirmou. Ele destacou que a falta de chuvas continuada pode esgotar esses recursos a longo prazo.
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Aumento das temperaturas
Mato Grosso tem enfrentado altas temperaturas, com máximas atingindo de 37 °C a 41 °C entre agosto e outubro. Essa condição contribui para o déficit hídrico no solo, prejudicando o plantio da soja em setembro.
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Müller aconselha os produtores a adiar a semeadura da soja, esperando por previsões mais favoráveis, já que as chuvas devem retornar apenas na segunda quinzena de outubro.
Risco de incêndios
Além do déficit hídrico, o risco de incêndios também aumenta no Norte e no Matopiba, especialmente no Pantanal, centro-sul de Mato Grosso, Tocantins e Goiás. Com a umidade relativa do ar abaixo de 30%, os produtores devem ter cuidado redobrado ao realizar o manejo com fogo.
Para as próximas 24 horas, a previsão é de tempo seco em quase todo o Brasil, com chuvas apenas no litoral nordestino e no centro-norte da região Norte.
As temperaturas devem permanecer elevadas, especialmente no Centro-Oeste, Matopiba e região Norte, com máximas de 34 °C a 36 °C. No Sul, as temperaturas se elevam, eliminando o risco de geadas, enquanto no Sudeste as mínimas ficam em torno de 13 °C na Serra da Mantiqueira e na faixa leste de São Paulo.
