Mesmo em pleno outono, o Brasil se prepara para enfrentar uma nova onda de calor, que vai fechar o mês de abril.
Essa será a quarta onda de calor desde o início de 2024, e sua origem está associada a uma área de alta pressão na média atmosfera, que vai atuar como um bloqueio atmosférico, segundo informações da Climatempo.
Esse sistema favorece a manutenção do ar seco e quente, que provoca altas temperaturas e deve durar até pelo menos até 2 de maio. Além disso, também serão registrados baixos índices de umidade relativa do ar.
Neste início de semana, a cidade de São Paulo registrou o menor índice de umidade relativa do ar entre as capitais brasileiras: apenas 28%, o que já é considerado estado de atenção. “O índice ideal de acordo com a Organização Mundial da Saúde é de 60% e vamos ficar bem longe disso em grande parte do Brasil nos próximos dias”, afirma o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.
Bloqueio
Uma área de alta pressão ganha força sobre áreas de Mato Grosso do Sul e Paraná, e lentamente vai migrar para o Sudeste entre o fim de abril e início de maio. Como esse sistema ficará praticamente estacionado sobre áreas do Centro-Sul por uma sequência de dias, funciona como um bloqueio, dificultando a chegada de frentes frias para o Centro-Oeste e Sudeste. O resultado é a manutenção do ar seco e intensificação do ar quente.
De acordo com a Climatempo, o calor deve afetar especialmente a faixa central e oeste de São Paulo, o noroeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e sul de Goiás, onde as temperaturas devem atingir ou superar 35 °C em vários pontos. No interior de São Paulo, as máximas podem ultrapassar 37 °C.
Além das tardes quentes, as madrugadas também devem permanecer abafadas para a época, principalmente em Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de São Paulo, devido ao escoamento do ar quente próximo à virada de abril para maio.
Já em regiões como Minas Gerais, áreas do leste de São Paulo, Goiás e Distrito Federal, as mínimas podem ser mais baixas devido ao ar seco.
O que é onda de calor
“Chamamos de onda de calor quando temos temperaturas 5 °C acima do normal por cinco dias ou mais”, informa Müller.
Segundo ele, esse calor fora de época pode afetar principalmente o milho segunda safra em desenvolvimento do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e oeste de Minas, já que são áreas com uma certa restrição hídrica que vai ser acentuada com a falta de chuva e o calorão nos próximos dias.