No Paraná, as madrugadas desta terça-feira, 26, e quarta-feira, 27, podem ser tão frias quanto a desta segunda-feira, 25, alerta a previsão do tempo. Com isso, áreas produtoras de milho segunda safra do oeste do estado podem sofrer com geada, embora de forma fraca e pontual. A tendência é de geada mais ampla no centro (Pitanga), sul (União da Vitória) e leste (Ponta Grossa). Essas áreas já foram atingidas por várias geadas de abril a maio.
“O maior destaque será o estado de São Paulo com a primeira geada em feijão e hortaliças nas regiões de Itapeva e Capão Bonito, municípios que abastecem a Grande São Paulo”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
A partir de quarta-feira, o frio aumenta no sul de Minas Gerais. Algumas áreas produtoras de café no entorno de Varginha devem registrar pouco menos de 3 ºC, com previsão de geadas apenas em pés de café mais novos. “Não há previsão de geada danosa para a maior parte das áreas de café do sul de Minas Gerais, mas é importante saber que há o risco de geada pontual”, diz Oliveira.
O tempo vai permanecer firme em todo o Centro-Sul do Brasil até a virada do mês. A chuva retornará ao Sul a partir do fim de semana, mas será intensa apenas a partir da segunda-feira, 1º.
No centro e norte do Brasil, há previsão de chuva nas próximas 24 horas. Os maiores acumulados alcançam áreas de cana-de-açúcar de Pernambuco e Paraíba, além do arroz de Roraima. A chuva retorna à área de algodão do interior da Bahia. “Apesar do baixo acumulado, um eventual período de molhamento mais demorado pode piorar a qualidade da fibra”, explica Celso.
Uma segunda massa de ar polar avança pelo Brasil na primeira semana de junho, mas por enquanto, o frio será mais intenso apenas na região Sul.
Os benefícios da chuva da semana passada
Na semana passada, o Centro-Sul do Brasil recebeu sua melhor chuva desde março. O acumulado chegou a pelo menos 50 milímetros do Rio Grande do Sul até o norte de São Paulo, além de algumas áreas pontuais no sul de Mato Grosso do Sul, oeste de Minas Gerais e sudoeste de Goiás e de Mato Grosso.
Existem locais onde o acumulado superou a média histórica: choveu 245 milímetros em Alegrete, Rio Grande do Sul, 235 milímetros em Uruguaiana, no oeste do estado. Em Santa Catarina, choveu 150 milímetros em Campo Erê, região de Chapecó. No Paraná, também choveu 150 milímetros em Capitão Leônidas Marques, região de Cascavel.
Isto se reflete em um aumento significativo na umidade do solo. Hoje, a umidade é suficiente para o desenvolvimento agrícola no Rio Grande do Sul, boa parte dos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, centro e oeste de São Paulo, sul e sudoeste de Mato Grosso e algumas áreas entre Minas Gerais e Goiás.
As perdas no milho estacaram no Paraná e a instalação da cana-de-açúcar pode acelerar nas regiões de Marília, Prudente, Araçatuba e São José do Rio Preto, em São Paulo. Também choveu forte ao longo da costa do Nordeste e no norte da região Norte. No Nordeste, a chuva forte ajuda no desenvolvimento da cana-de-açúcar, feijão e milho.