Boa parte do Brasil passou por uma severa estiagem nos últimos três meses. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), algumas áreas registraram até 300 milímetros a menos de chuva em relação ao volume comum para o trimestre. A anomalia negativa foi registrada no Sul, em São Paulo, em Minas Gerais, no Centro-Oeste e em parte do Norte do país.
Além da escassez de chuva, as altas temperaturas também castigaram diversos municípios. Ainda na primavera, o Brasil bateu recorde ao registrar, com termômetros marcando quase 45 ºC. “E o produtor sabe que o calor excessivo aumenta a evaporação, faz com que a umidade caia a níveis bem críticos, como aconteceu até novembro”, comenta Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet.
Em dezembro, a situação complicou para o Matopiba, região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O fato até chamou atenção já que, em anos de La Niña, é comum que essas áreas recebam chuva acima da média. Segundo Schneider, a expectativa não se consolidou por conta da temperatura do Atlântico Norte, que também influencia no regime de precipitações.
Mas para os últimos dias de dezembro e começo de janeiro há previsão de bastante chuva no oeste da Bahia, sul do Maranhão, sul do Piauí, leste do Tocantins. A Zona de Convergência do Atlântico Sul também deve beneficiar áreas de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, norte de Mato Grosso e sul do Pará.
“Teremos praticamente 10 dias de chuva com chuvas consecutivas, e aquela região de Goiás para o oeste de Mato Grosso podem ter invernada, sequência de dias sem sol”, pontua.
Janeiro também deve ser bastante chuvoso entre Santa Catarina, Paraná e oeste de São Paulo. Volumes acima de 100 e chegando até 200 milímetros. Parte de Mato Grosso do Sul também deve receber algumas precipitações.
Praticamente todo o semiárido do Nordeste não deve ter chuva nesta virada do ano.