Até a próxima terça-feira (21), o Brasil seguirá na rota de pancadas de chuva. Ou seja: vai ter instabilidades ao decorrer dos próximos cinco dias em diversas áreas do país. Além disso, a previsão do tempo para o período indica aproximação de uma nova frente fria.
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Sul
Há dois cenários diferentes para os próximos dias. No centro-sul gaúcho tem previsão para o retorno das chuvas com a aproximação de uma frente fria, mas a chuva vai seguir muito concentrada nas áreas de fronteira com o Uruguai e com volumes em torno de 35 milímetros (mm) até o dia 21. Não há expectativas de melhoras nas condições das lavouras, que passam por um forte estresse hídrico. A chuva pouco expressiva também não ajudará na elevação do nível dos reservatórios utilizados para irrigação — e até mesmo o próprio abastecimento de água da população segue em atenção.
Por outro lado, a redução das chuvas em Santa Catarina e no Paraná será muito benéfica aos produtores, que poderão dar andamento às atividades de colheita da soja e plantio do milho safrinha. Em Santa Catarina, inclusive, com o tempo seco e quente favorece a colheita e os tratos culturais da cultura do arroz. No segundo período, de 22 a 27 de março, a tendência é de chuvas espalhadas por toda a região Sul, mas ainda com baixos acumulados e em forma de pancadas intercaladas, com janelas de tempo aberto, o que seguirá favorecendo as atividades de colheita e plantio entre Santa Catarina e Paraná.
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Sudeste
Ainda chove nos próximos dias, mas as instabilidades começam a ficar menos organizadas pela região, um cenário diferente da primeira metade do mês. Ainda são esperados volumes expressivos no oeste paulista, no sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro, com volumes entre 25 e 50mm, mas de forma mais pontual agora. Aliás, em boa parte do estado de São Paulo e ainda no centro, leste e norte de Minas, assim como no Espírito Santo e Rio de Janeiro, são esperadas pancadas irregulares e com baixos acumulados nos próximos dias. No sul de São Paulo, o tempo volta a ficar mais seco até o dia 21 de março, o que favorece a colheita da soja em áreas que vinham sofrendo com o excesso de umidade.
Por outro lado, a falta de chuva ainda preocupa no norte mineiro nos próximos dias, o que vem prejudicando as plantações de frutas e hortaliças na região. Para o segundo período, de 22 a 27 de março, a tendência é de poucas mudanças no Sudeste, que em sua maioria ainda deve receber chuva. Acumulados significativos podem ser registrados no litoral paulista, Vale do Paraíba, sul de Minas, no Rio de Janeiro e na Alta Mogiana. Nessas áreas, os volumes não devem ultrapassar os 50mm, mas, por causa do solo já bastante úmido, pode atrapalhar um pouco o andamento dos tratos culturais. Nas demais áreas paulistas e no Espírito Santo, apenas pancadas irregulares. No centro-norte de Minas, o tempo seco ainda vai prejudicar a produção agrícola.
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Centro-Oeste
O cenário de chuvas ainda preocupa, principalmente em Mato Grosso, com possibilidade de chuvas expressivas e com impactos negativos nas atividades de campo de colheita, plantio e tratos culturais, além de ser uma preocupação esse excesso de umidade na qualidade dos grãos já armazenados. Por outro lado, as chuvas têm sido benéficas as lavouras de café no estado de Goiás, que estão em fase de granação.
Em Mato Grosso do Sul, a chuva mais irregular nos próximos dias, o que segue ajudando no andamento das atividades de campo. No segundo período, de 22 a 27 de março, pouca coisa muda na disposição das chuvas no Brasil Central, com menores acumulados em Mato Grosso do Sul, mas apesar da redução das chuvas. O tempo ainda não seca por completo e o excesso de umidade no solo segue dificultando a instalação do milho safrinha.
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Nordeste
Muita chuva ainda sobre a faixa norte da região, com pancadas mal distribuídas e eventos extremos mais isolados. Até o dia 21 de março ainda são esperados altos acumulados desde o Maranhão até o Rio Grande do Norte, o que traz impactos negativos nas atividades de campo que tem seu ritmo comprometido. Por outro lado, a continuidade das chuvas faz a manutenção da água disponível no solo sobre áreas de pastagens e pecuária.
O cenário na Bahia continua preocupante por causa do tempo seco e muito quente, o que tem comprometido plantações de frutas e hortaliças. De 22 a 27 de março até tem previsão de chuva em boa parte do território baiano, mas ainda de forma isolada e com baixos acumulados, sendo insuficientes para reverter o déficit hídrico nas áreas que estão mais secas.
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Norte
A chuva continua organizada, frequente e volumosa, especialmente na metade sul do Amazonas, Pará e Tocantins, em que são esperados volumes entre 50 e 160mm nos próximos dias. Em Rondônia e no Acre a chuva também ganha força nos próximos dias, mas os volumes expressivos devem ser registrados de forma bastante pontual.
Entre o noroeste do Amazonas e Roraima, chuvas muito isoladas e sem grandes volumes. Para a última semana de março, a chuvarada ainda deve persistir e comprometer as atividades de campo no Norte do país, principalmente por causa do solo já encharcado, o que impede os tratos culturais.
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Editado por: Anderson Scardoelli..
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