A previsão do tempo para o Rio Grande do Sul é um pouco mais otimista neste começo de abril. Os modelos indicam que a chuva pode ficar acima da média no Sul como um todo.
Vale ressaltar, no entanto, que ainda não podemos falar em regularização e muito menos dizer que as frentes frias vão reverter a situação de estiagem que o estado enfrenta desde o fim de 2019.
“Para reverter a situação, é necessário chuva frequente e com acumulados significativos, e este ainda não será o comportamento das chuvas em abril”, explica a meteorologista Desirée Brandt, da Somar.
Curto prazo
Março terminou com chuva abaixo da média no Rio Grande do Sul. De modo geral, são mais de 20 dias sem chuva agrícola, e algumas cidades do extremo sul estão há 50 dias nessa situação. Com isso, a situação de estiagem é cada vez mais preocupante.
O boletim do dia 31 de março da Defesa Civil aponta que são 231 cidades que decretaram situação de emergência.
A água disponível do solo está cada vez mais baixa. No norte do Rio Grande do Sul, onde a água disponível do solo está com índice maior, o percentual fica entre 40% e 50%, ainda muito baixo para o setor agrícola, que está se apoiando na irrigação das lavouras. No sul e parte do leste do Rio Grande do Sul, o índice chega a ficar abaixo de 20%.
Uma frente fria avança nas próximas 24 horas com rajadas de vento de 80 km/h, segundo a previsão do tempo. Depois da passagem do sistema frontal, prevista para a quinta-feira, 2, existe um outro pulso de chuva entre 5 e 11 de abril, com os maiores acumulados na faixa norte do Rio Grande do Sul, enquanto que na metade sul, a chuva ocorre de forma fraca e pontual
Existem áreas de Mato Grosso do Sul onde a situação é bem crítica também. Dourados não recebeu nem 20 milímetros de chuva em março. A cidade tem média de 150 milímetros no mês geralmente. Nos próximos 30 dias, o município receberá 85 milímetros.