Já faz pelo menos 20 dias que não chove em boa parte de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Matopiba, favorecendo o desenvolvimento do algodão e a colheita do milho, cana-de-açúcar e café. A situação deve continuar nos próximos dias por conta da formação de um bloqueio atmosférico, que mantém as frentes frias no Sul do Brasil. Centro-Oeste, boa parte do Sudeste e oeste da Bahia vão ter tempo mais seco nos próximos 15 dias.
O ar polar vai atuar novamente no início da segunda quinzena de junho, mas desta vez com menos intensidade, sendo os próximos 15 dias menos frios do que foi a última semana de maio.
A expectativa é de mais uma semana chuvosa no Sul, especialmente do sul do Paraná ao Rio Grande do Sul. O acumulado será mais elevado do norte do Rio Grande do Sul ao oeste e sul de Santa Catarina e ao longo da fronteira com o Uruguai. Estimam-se mais de 50 milímetros, e não será estranho valores próximos dos 100 milímetros em alguns municípios. Há risco de temporais com fortes, rajadas de vento, muitas trovoadas e eventual queda de granizo.
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“Algumas áreas do Paraná podem ter a colheita do milho avançando mais devagar nesta semana, mas as outras áreas de milho não deverão ter problemas com a colheita entre junho e julho”, explica o meteorologista da Somar Celso Oliveira. Segundo ele, as perdas foram estancadas com as chuvas do fim de maio.
Nesta terça-feira, 9, há maior risco de tempestades de Chapecó (SC) a Francisco Beltrão (PR), mas entre quarta, 10, e sexta-feira, 12, os temporais se tornam generalizados, sobretudo no Rio Grande do Sul.
O tempo seco retornará ao sul do Brasil somente no domingo, 14, com a entrada de uma massa de ar polar, mas no dia seguinte, espera-se um novo episódio de chuva persistente na região. Isso significa dificuldade para trabalhos de campo especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No Paraná, a chuva será mais frequente apenas entre Foz do Iguaçu e Guarapuava. “Na maior parte do estado, a chuva mais fraca e menos frequente não deverá trazer grande impacto ao ritmo das atividades agrícolas. Isso também valerá para São Paulo, Mato Grosso do Sul e sul de Minas Gerais: apesar da previsão de chuva nos três estados, a precipitação será fraca e não deverá mudar o ritmo de colheita do milho, laranja, cana-de-açúcar e café”, diz.
A semana começou com temperatura baixa em Santa Catarina. A mínima chegou a -2 °C em Urupema. Uma próxima onda de frio chegará ao Sul no próximo domingo, mas trazendo geadas somente ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A partir de agora com padrão de bloqueio atmosférico, as ondas de frio não chegam às áreas produtoras vulneráveis. A tendência é de que frio intenso, a ponto de termos geada no centro e sul do Brasil, só aconteça em julho e agosto.