O rio Negro atingiu nesta segunda-feira (16), a cota de 13,59 metros, a menor já registrada na história da cidade de Manaus, em 121 anos de monitoramento.
A informação foi confirmada pela Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil Municipal (Sepdec).
Principal meio de transporte, a navegação está comprometida.
De acordo com a Sepdec, 63 comunidades rurais ribeirinhas de Manaus estão sendo afetadas pela seca.
Por conta disso, a prefeitura montou uma força-tarefa para entregar cestas básicas, água potável e itens de higiene às famílias afetadas.
O fenômeno climático El Niño está causando um aumento das temperaturas e uma redução das chuvas na Amazônia, resultando na seca.
O Serviço Geológico do Brasil alerta que os níveis dos rios na região podem continuar baixando até o final do ano.
A prefeitura de Manaus afirma que está trabalhando para minimizar os impactos da seca. Ações estão sendo tomadas para garantir o abastecimento de água, a navegação e a preservação dos ecossistemas.
Consequências da seca
A estiagem que atinge o Amazonas já afeta mais de 392 mil pessoas em 51 das 62 cidades do estado.
Segundo o governo estadual, 800 comunidades em unidades de conservação estão completamente inacessíveis por terra e rios.
Para levar insumos básicos a essas comunidades, o governo do Amazonas está utilizando helicópteros das Forças Armadas. Entre os itens entregues estão cestas básicas, água potável e medicamentos.
Para não prejudicar o ano letivo, o governo estadual adotou a mesma estratégia da pandemia do coronavírus, e crianças isoladas estão tendo aulas em casa, via satélite.
A seca está agravando dois problemas na região: o aumento das queimadas e o desbarrancamento.
As queimadas, que já são um desafio crônico na Amazônia, estão se tornando mais frequentes e intensas devido à escassez de chuvas.
Já o desbarrancamento acontece quando os rios secam e as margens cedem, aumentando o risco de desmoronamentos e acidentes.