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Sem El Niño nem La Niña, clima deve beneficiar segunda safra de milho

Centro de meteorologia norte-americano mantém previsão de neutralidade climática em 65% até do fim do primeiro semestre do ano que vem

milho
Foto: Pixabay

Segundo o mais recente relatório do Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA), a chance de continuidade da neutralidade climática – ou seja, sem a presença de El Niño ou de La Niña – é de 70% até o fim do verão e de 65% até o outono de 2020.

A principal característica dessa condição é que haverá muitas oscilações nos próximos meses, intercalando períodos secos e quentes com períodos mais chuvosos e com temperatura amena, de forma parecida com o que está acontecendo agora. Esta primavera foi marcada por tempo seco e quente em seu início, mas com maior regularidade das precipitações em novembro, inclusive com volumes acima da média em áreas do Sudeste, onde há tempos não chovia tanto.

A posição da chuva ajuda na recuperação do nível dos reservatórios ao longo das bacias do rio Doce, São Francisco, Tocantins e Paranaíba. Por outro lado, trabalhos de campo vão avançar de forma mais lenta em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, onde há registro de chuva forte.

A região Sul, em especial o Rio Grande do Sul, que sofreu com o excesso de chuva em outubro e início de novembro, verá diminuição drástica das precipitações em dezembro e janeiro. “Diminuição não significa total ausência de chuva, e não há previsão de períodos muito longos de estiagem para o Sul como acontece quando temos La Niña, por exemplo”, explica Celso Oliveira meteorologista da Somar.

O maior impacto da neutralidade climática poderá ser sentido com a chegada de outono, no dia 20 de março. Em condições de neutralidade, é comum haver a incursão de massas de ar de origem polar a partir do fim de abril, o que poderia prejudicar o milho segunda safra. “Em maio, as lavouras de safrinha, principalmente aquelas que forem plantadas mais tarde, podem sofrer com algum episódio mesmo que isolado de geada”, afirma Oliveira.

Além disso, é comum haver diminuição das precipitações a partir de maio de forma bem significativa. Diversas áreas do Brasil central passam a ter de 25 a 50 milímetros de chuva apenas em maio, o que é normal.

“O conselho seria plantar o milho safrinha o quanto antes, mas a janela da safra de verão já foi atrasada com a demora das chuvas nesta primavera, e antecipar talvez não seja uma opção para muitos”, diz Celso Oliveira.

A condição de neutralidade das águas do oceano Pacífico Equatorial, por enquanto, se estendem até o fim do primeiro semestre de 2020.

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