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Tempo

Tempo: Centro-Sul do Brasil terá menos chuva no inverno e primavera

De acordo com a meteorologia, os reflexos do oceano Pacífico mais frio já estão sendo sentidos na atmosfera da América do Sul

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Foto: Pixabay

É fato que o Pacífico está sob resfriamento. Nas últimas semanas, a porção leste do oceano registrou temperaturas 1,5 ºC abaixo do que é normal. Já a região central, a mais estudada no que diz respeito aos fenômenos El Niño e La Niña, chegou a ter temperaturas 0,5°C mais baixas que o normal no fim de maio, mas atualmente está com temperatura próxima da média.

Em sua última atualização, a Agência Americana de Meteorologia de Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de neutralidade climática com viés frio para o inverno do hemisfério Sul. Entre agosto e outubro, o órgão indica maior chance de desenvolvimento de La Niña, fenômeno que continuaria no próximo verão. A dúvida fica por conta da temperatura do Pacífico em profundidade. “A impressão é de que não há uma área de água fria grande o suficiente para manter o resfriamento por muito tempo”, diz o meteorologista Celso Oliveira, da Somar.

De qualquer maneira, a atmosfera da América do Sul já sente os efeitos do resfriamento parcial do Pacífico. Maior exemplo é o frio intenso observado na região Sul que não consegue chegar ao Sudeste. “As ondas planetárias, que empurram as frentes frias na direção do trópico, estão menos amplificadas e mais zonais. As frentes frias e as ondas polares passam pelo Sul, mas saem rapidamente para o oceano”, afirma.

Além de pouco frio no Sudeste e Centro-Oeste, com frentes frias mais distantes, a tendência para os últimos dois terços do inverno e início de primavera é de chuva inferior ao normal. Como comparação, o segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021 estão semelhantes ao mesmo período entre 2007 e 2008.

De acordo com a previsão probabilística do Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade (IRI), há maior chance de chuva abaixo da média desde o interior de Santa Catarina até o Cerrado de Minas Gerais e de Goiás no trimestre agosto-setembro-outubro. Também deve chover menos do que o normal entre Rondônia e o oeste de Mato Grosso e ao longo da divisa entre o Pará e Maranhão.

Por outro lado, o trimestre será mais chuvoso que o normal em boa parte do Nordeste, no Acre, Amazonas e oeste do Pará. Também vai chover mais que a média no litoral do Paraná e de Santa Catarina, boa parte do Rio Grande do Sul, além do Uruguai, norte da Argentina e sul do Paraguai.

Com o resfriamento do Pacífico, o calor não será persistente. A temperatura ficará acima da média no interior do país, desde o Rio Grande do Sul até o Pará, passando por Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. Por outro lado, a maior parte dos grandes centros urbanos, desde Porto Alegre até as capitais do Nordeste, terá um trimestre com temperatura dentro da média histórica.

Entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, evidencia-se chuva acima da média no Nordeste, boa parte do Norte e na porção norte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Não será algo contínuo, mas o Pacífico mais frio vai ajudar a organizar precipitações no norte do país. Somente uma área no sudeste do Amazonas, sudoeste do Pará e extremo norte de Mato Grosso receberá menos chuva que o normal.

No centro e sul do Brasil, o que vai predominar neste período será a chuva abaixo da média com maior chance no oeste gaúcho, Uruguai e leste da Argentina. Além do Rio Grande do Sul, há previsão de chuva abaixo da média no sul e oeste de Santa Catarina, oeste do Paraná, boa parte de Mato Grosso do Sul e ao longo da divisa entre São Paulo e Minas Gerais.

Entre São Paulo e o Paraná, por outro lado, há previsão de chuva acima da média, embora não seja regular. Boa parte do Brasil terá um início de período úmido com temperatura dentro da média. No interior do país, área que engloba o oeste dos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, interior de São Paulo, sul e leste de Mato Grosso do Sul, oeste e sul de Minas Gerais, Goiás e centro e sudeste de Mato Grosso, esperam-se temperaturas mais elevadas que o normal, embora não exista previsão de calor persistente na maior parte das áreas.

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