Este inverno tem sido marcado justamente por grande variação da temperatura. Em Santa Maria, por exemplo, a mínima chegou a apenas 1 °C nesta terça-feira, 14, mas até o fim de semana, a máxima pode se aproximar dos 30 °C, segundo dados da Somar Meteorologia.
“É justamente esta variação que vai fazer com que as temperaturas de julho e até mesmo do inverno fiquem acima da média em grande parte do Brasil”, explica Desirée Brandt, da Somar. Segundo ela, é o frio sequencial que é mais prejudicial do que apenas um recorde isolado.
Rosário, na Argentina, registrou -7,7 ºC nesta terça-feira, 14. De acordo com os órgãos de meteorologia locais, é a menor temperatura registrada desde que começaram as medições em 1910. “Nem por isso podemos considerar que estamos passando por um inverno rigoroso, já que as massas de ar de origem polar estão sendo desviadas para o oceano”, diz Desirée.
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A quarta-feira, 15, ainda começa com muito frio e geadas amplas sobre o interior do Rio Grande do Sul. As temperaturas podem ficar abaixo de 0 ºC nos pontos mais altos da Serra Geral, e não se descarta quebra de recordes de menor temperatura do ano até o momento em algumas cidades dessa área e do norte do estado. Isso acontece por causa de uma massa de ar de origem polar, que, além de frio, também mantém o tempo firme.
Durante a maior parte do dia, o sol predomina e os ventos de norte fazem com que as temperaturas da tarde fiquem um pouco mais confortáveis do que o dia anterior, mesmo que as máximas ainda sigam amenas. Não tem previsão de chuva.
Já na quinta-feira, 16, o tempo muda no Rio Grande do Sul. É um conjunto de instabilidades: um sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o Paraguai, associado a áreas de instabilidades em diversos níveis da atmosfera e ao transporte de umidade vindo da região amazônica. Tudo isso favorece a ocorrência de chuva sobre o estado.
Novamente essa chuva fica mais concentrada no norte do Rio Grande do Sul, faixa leste e serra gaúcha, onde os maiores acumulados são registrados e há maior potencial para a ocorrência de temporais, com rajadas de vento de mais de 70km/h, descargas elétricas e eventual queda de granizo. Atenção para o risco de maiores transtornos nessas áreas, que já sofrem com a cheia dos rios e solo encharcado por conta dos altos volumes de chuva registrados no início de julho.
Enquanto isso, o sul do território gaúcho e sul do Paraná tem só pancadas isoladas de chuva nesta quinta-feira, com acumulados mais baixos. Mesmo que a temperatura suba no Rio Grande do Sul, a sensação térmica ainda é baixa por conta dos ventos e da umidade.
Para as áreas produtoras dos outros estados do Sul, Sudeste e Mato Grosso do Sul não há previsão de frio intenso até meados de agosto. “Há uma chance, inclusive, de termos uma onda de frio tardia em setembro que precisamos monitorar”, diz a meteorologista. Boa parte do Brasil central sofre a atuação de um bloqueio atmosférico que impede que os sistemas meteorológicos avancem.