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Diversos

Volume de chuva em maio já supera média em áreas do Sul, Sudeste e Bahia

Umidade do solo aumentou para o trigo e milho segunda safra, mas produtores ainda esperam novos episódios de chuva

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Foto: Pixabay

A chuva registrada nos últimos sete dias se espalhou pelo Brasil. O acumulado superou a média semanal em partes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, costa do Nordeste e boa parte das regiões Centro-Oeste e Norte.

Em Campo Grande (MS) o volume já é 74% maior que o esperado para maio. Choveu 153 milímetros, sendo que a média climatológica é de 96 milímetros. A umidade do solo até aumentou no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, interior de Santa Catarina, sudoeste do Paraná e oeste de Mato Grosso, mas ainda há áreas onde a precipitação não foi suficiente para uma grande mudança.

Por outro lado, a umidade do solo ainda está muito baixa e compromete o desenvolvimento do milho safrinha no norte do Paraná e no Triângulo Mineiro e da cana-de-açúcar em São Paulo. Por esse mesmo motivo, há notícias de perda de produtividade do milho em Goiás e em Mato Grosso do Sul, onde o plantio atrasado da soja diminuiu a área instalada de milho safrinha. Também há perda de produtividade do feijão do Paraná.

No Nordeste, a situação é diferente e a chuva ajuda no desenvolvimento do feijão no nordeste da Bahia, milho em Sergipe, Paraíba e Ceará. O reservatório de Sobradinho, na Bahia, está com 95% de sua capacidade, algo que não era visto desde 2014. Se, por um lado, o reservatório cheio garante abastecimento de água e energia, por outro, quem plantou nas áreas de várzea de Minas Gerais teve grande prejuízo. O mesmo aconteceu para uvas e mangas do Vale do São Francisco, que são irrigadas e receberam chuva muito mais intensa que o necessário.

No café, a chuva fraca registrada entre a Mogiana e o sul de Minas Gerais não impede a manutenção da colheita. Já na laranja, a semana foi de contas para prever o tamanho da safra de 2020. As chuvas abaixo da média desde abril e que podem prosseguir assim até junho devem fazer com que a safra seja menor. Para culturas que exigem tempo seco, as atividades são beneficiadas e aceleram. É o caso da colheita da banana em São Paulo e em Santa Catarina.

Chuva a partir desta quinta vem com granizo

Nesta semana, chove forte nas mesmas áreas que receberam precipitação nas últimas semana e o frio se intensifica até o início de junho. A partir desta quinta-feira, 21, uma nova frente fria traz novamente chuva ao Centro-Sul.

Assim como nos últimos episódios, a chuva será forte, mas irregular e pode vir acompanhada de queda de granizo nos três estados do Sul e em parte do sudoeste de Mato Grosso do Sul. O acumulado pode alcançar 80 milímetros em municípios da metade norte do Rio Grande do Sul e oscila entre 20 e 50 milímetros no centro e oeste do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul.

No Sudeste, em Goiás e em boa parte de Mato Grosso, o sistema passará com pouca chuva. Atenção aos temporais, que avançam por todo o Rio Grande do Sul, oeste do Paraná e sudoeste de Mato Grosso do Sul no decorrer da quinta-feira. Há previsão de ventos acima de 60km/h, além de muitas trovoadas.

Na sexta-feira, 22, as tempestades avançam pelo centro e oeste do Paraná, sul e oeste de Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso. “A chuva pode afetar algumas áreas produtoras de cana-de-açúcar e milho segunda safra, mas entre benefícios e prejuízos, os pontos positivos da chuva fortes serão bem maiores”, afirma Celso Oliveira, meteorologista da Somar.

A precipitação mantém elevada a umidade do solo no Sul, favorecendo a instalação da safra de trigo nos três estados da região. Em São Paulo e Triângulo Mineiro, por outro lado, a frente fria desta semana será o terceiro sistema meteorológico de maio com pouca intensidade, trazendo pouca chuva. A umidade do solo permanecerá muito baixa em toda a área produtora de cana-de-açúcar, milho e laranja.

A chuva também será forte ao longo da costa do Nordeste e em boa parte da região Norte. No Nordeste, a chuva forte beneficia o desenvolvimento do feijão da Bahia, milho de Sergipe e Paraíba e cana-de-açúcar de Alagoas e Pernambuco. No Norte, a chuva forte em Roraima aumenta a umidade do solo e favorece a instalação do arroz.

Frio volta a ser intenso no início da semana que vem

O frio continua frequente e se intensifica cada vez mais. A primeira queda mais acentuada acontecerá na próxima segunda-feira, 25, que vem com mínimas abaixo de 3 °C e formação de geadas nas áreas mais elevadas do Rio Grande do Sul, planalto e serra de Santa Catarina, além de leste, centro e sul do Paraná, área produtora de feijão e hortifrútis que já vem sendo castigada por geadas frequentes desde abril.

Uma outra onda de frio aparecerá entre 30 de maio e 2 de junho, alcançando Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná. “Ambas ondas de frio merecem monitoramento nos próximos dias, pois ainda estão distantes”, diz Celso Oliveira. Além disso, pode ocorrer a chuva congelada nas áreas mais elevadas da região Sul no próximo sábado, 23, já que o frio vai aumentar sob tempo úmido no próximo fim de semana.

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